SUCESSO#159 - page 47

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serão transmitidas via sinal de UHF.
E, para que isso aconteça, o processo
de digitalização da TV aberta tem
que ser nalizado. “Isso acontecerá
em 2016, quando as rádios AM des-
sas praças estarão todas na frequência
FM”, conta Antonik. Se hoje o dial
das grandes capitais vai de 88 MHz
até 108 Mhz, futuramente irá de 76
Mhz até 108 Mhz.
SAIUNA FRENTE
O Ministério das Comunicações au-
torizou a Rádio Jovem Pan AM 620
de São Paulo a realizar testes experi-
mentais em um canal da faixa esten-
dida de FM. A emissora é a primeira
do país a fazer esse tipo de operação.
A autorização, válida por um ano, foi
publicada no Diário O cial da União
de 13 de agosto último e a emissora
deve operar em uma frequência entre 82 FMe 87 FM,correspon-
dente ao canal 6 da TV analógica na capital paulista. Para tanto, a
Pan AM (agora Pan News) contará com o apoio da Associação
das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo (Aesp).
Em paralelo ao processo de transição, os fabricantes de rádios
já se movimentam para receber a mudança. Os aparelhos micro-
-system e mini-system estão sendo fabricados com a frequência
UHF. Nada muito mirabolante. Em caso de dial digital, basta
uma simples alteração do software para que a frequência seja
aumentada. “O dispositivo mais usado pelo ouvinte é o celular.
Cerca de 90% dos telefones móveis usados no Brasil tem o rádio
embutido e, como a população troca quase que anualmente de
aparelho, a modi cação do software do dial será simples, imper-
ceptível para o público nal”, comenta Antonik.
Ícone da AM paulista, o comunicador Eli Correa é um entu-
siasta da migração para o FM.O radialista está no ar há 41 anos
e atualmente apresenta ao vivo o programa que leva seu nome
na Rádio Capital AM 1040. Ele diz que a mudança no dial é a
única salvação das ondas médias e curtas. “Essa mutação tem
que vir o mais rápido possível. As AMs estão perdendo a audi-
ência por causa da má qualidade sonora”, avalia o radialista. O
pro ssional explica que, no caso do seu programa, a perda de
alcance com a migração para o FM não será problema. “Hoje
em dia, por mais que algumas rádios cheguem em todo o Brasil,
elas fazem sucesso apenas em âmbito regional (já que toda ci-
dade pequena tem sua própria emissora). Quando houver a
modi cação, meu programa será ouvido num raio menor, mas
por mais gente”, explica.
Eli Corrêa é o típico apresentador do rádio de companhia.
Conversa com os ouvintes, conta ca-
sos e lê boletins atualizados de notí-
cias. Mas procura se atualizar cons-
tantemente. É o comunicador que
mais toca música na AM de São
Paulo.“O rádio de companhia preci-
sa se modernizar. Recebo reclama-
ções de jovens na faixa dos 30 anos
que deixaram de ouvir o meu pro-
grama porque a qualidade sonora é
ruim. Após a transição, vou fazer
uma leve mudança na programação
e passar a tocar ainda mais músicas.
Isso devolverá a alegria aos progra-
mas AMs”, explica Eli.
Com a eventual concorrência que
as novas rádios trarão para o dial, os
antigos radialistas da FM temem
uma disputa na questão publicitária.
O diretor geral da JB FM (Rio de
Janeiro), Alexandre Hovoruski, é um
dos pro ssionais preocupados com a transição. “Concorrência
sempre é bom porque aumenta a qualidade da programação, mas
do ponto de vista publicitário a briga será feia.Principalmente em
pequenas cidades onde a verba destinada para o rádio é reduzida.
Com mais rádios FMs, acredito que algumas emissoras serão
menos privilegiadas que as outras e isso pode fazer com que elas
fechem as portas”, opina.
Em tempo: a transição das AMs para as FMs facilitará o
monitoramento
de
execução feito pela
Crowley. Por conta de
interferências de es-
pectros radiofônicos,
o software da multi-
nacional tinha di cul-
dade em identi car as
canções tocadas nas
ondas médias e curtas.
“Havia muito chiado e
às vezes o nosso siste-
ma não reconhecia a
música que o radialis-
ta tocava. A partir do
momento em que
houver essa mudança,
a aferição será 100%
perfeita”, ressalta o
presidente da Crow-
ley, Paul Smith.
HOVORUSKI,DAJBFM
EMCIDADESMENORES, CONCORRÊNCIA
ACIRRADANOFMPORVERBASPUBLICITÁRIAS
PODERÁLEVARAOFECHAMENTODEEMISSORAS
ELI CORREA, ÍCONEDORÁDIOAM
RADIALISTAESTÁENTUSIASMADOCOMAMUDANÇA
PARAOFM, PELAMELHORIADAQUALIDADESONORA
DIVULGAÇÃO
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