SUCESSO#159 - page 45

45
lancei o disco no teatro Tuca. Mas eu crio expectativas nos espectadores
que não se cumprem nos recitais. Por que não é engraçado. É até triste.
Tanto que meus shows de humor, por outro lado, enchem. Faço poucos
recitais, porque são puxados sicamente e espiritualmente. Calculo bem
onde vou fazer. Prero entrar em um edital ou conseguir um patroci-
nador que banque o show para que ele seja gratuito. Quando cobro, são
10, 20 reais. Show de humor são 60 reais. São áreas diferentes. Já
tentei elaborar show contando piadas entre as músicas, mas não rolou
bem, porque me atrapalhei e no m do show não estava tocando bem.
» Como foi entrar para o stand up sem experiência anterior no
humor?
Foi muito legal, mas tive alguns contratempos. Hoje, meu
show é legal, melhorou, mas em 2009, não era tão engraçado. E
nisso, eu queimei umas praças e recebi muitas críticas negativas.Mas
mesmo assim as salas enchiam e tinham sessões extras.
» Como anda sua situação naTV?
Como apresentador, minha car-
reira está emuma entressafra. Acabei de fazer oMe Leva Contigo, que
era um programa de namoro e comédia. É baseado no formato estran-
geiro Take Me Out. Originalmente, é só de namoro. Mas meu diretor,
Wanderley Villa Nova, deixou que eu colocasse essa veia humorística.
Mas não teve muita audiência e não vai ter segunda temporada.
» Não pretende criar um projeto próprio para a TV?
O proble-
ma da TV aberta hoje é que vivemos uma ditadura da importação de
formatos estrangeiros. Não se aposta em nada novo. Queria criar um
programa de auditório adolescente que fosse uma mistura de Altas Ho-
ras com Perdidos na Noite. Ofereci para a Band (quando estava lá)
e
para a Record. Mas até o momento, ninguém aceitou. E quando tra-
zem um formato de fora, é preciso adaptar, porque nosso país é muito
diferente. Todos esperavam que o Got Talent desse certo. Mas o pro-
grama não foi abrasileirado nos ritmos musicais e não tinha jurados
de grande empatia popular. Não foi muito bem.
» Você ainda enxerga aTV como uma grande vitrine?
ATV fei-
ta em 2008 (quando comecei) era bem diferente da de hoje. Porém ela
continua baseada no Ibope e não em retorno de audiência de qualidade.
O CQC nunca foi líder de público e sempre atraiu grandes patrocina-
dores porque repercutia muito nas redes sociais. Não se pode car escra-
vo da audiência, pois isso não cria delidade. ATV não sabe lidar com
esse momento novo de internet forte, da ascensão das classe C e D, da
boa produção na TV por assinatura e dos canais de vídeo na internet.
»Qual seu envolvimento com a literatura?
Fiz quatro audioli-
vros do Machado de Assis e um do José Mauro de Vasconcelos, que saí-
ram pela editora Livro Falante. Fazer audiolivro é um exercício de
interpretação no timbre de voz. É uma delícia e um desao. Fora isso,
pretendo lançar em 2015 o Projeto Bipolar. Serão dois livros, reunin-
do crônicas, poemas e artigos. Um será de humor, o outro de drama.
» E na música, o que vem por aí?
Estou fazendo o projeto Música
Divertida Brasileira e farei o Fossa Funny. O MDB reúne faixas
engraçadas com uma interpretação canastrona. Terá Chico Buarque,
Adoniran, AryToledo. A banda de apoio será a Pedra Letícia. No Fos-
sa Funny a voz será um misto de Nelson Gonçalves e Cauby Peixoto e
cantarei Maysa, Dolores Duran e outros sons com essa pegada.
1...,35,36,37,38,39,40,41,42,43,44 46,47,48,49,50,51,52,53,54,55,...72
Powered by FlippingBook