SUCESSO#159 - page 54

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publicidade
P
or
H
elder
M
aldonado
A
sincronização em televisão, comerciais, filmes e games
detém hoje um percentual aproximado de 30% dos
rendimentos das editoras de todo o país.
E a projeção é que esse segmento continue crescendo nos
próximos anos. Essa é a opinião compartilhada por Manoel
Nenzinho Pinto (Peermusic), Marcelo Falcão (Universal Pu-
blishing) e Aloysio Reis (Sony/ATV). Os três executivos, que
estão à frente de importantes empresas do setor, garantem que
nos últimos anos cresceu muito no Brasil o interesse por parte
das agências de publicidade e produtoras de conteúdo em utili-
zar músicas nas mais diversas ações e mídias. "Houve um au-
mento considerável no uso de músicas de sucesso pelo mercado
publicitário. As empresas precisam vender seus produtos ou
marcas. E o comercial com música é uma das melhores ferra-
mentas para isso. A sincronização em televisão, comerciais e
filmes representa hoje 20% dos rendimentos da Peermusic",
resume Nenzinho.
Segmentos como bancos, lojas de departamentos, empresas
automotivas e de telefonia, além de marcas de bebidas, repre-
sentam os principais clientes das editoras na atualidade. "O
mercado conhece a força de um hit. É impressionante a efetivi-
dade da música popular como ferramenta de vendas de produ-
tos e posicionamento de marcas", analisa Aloysio Reis.
O executivo tem razão. Afinal, quem não se lembra de cam-
panhas como as da Faber Castel (com a música
Aquarela
, de
Toquinho), Mitsubishi Pajero (
Forever Young
, do Alphaville),
Neoquímica (
Família
, dos Titãs) e
Sazon
(
É o Amor
, de Zezé Di
Camargo & Luciano)?
HITS
VENDEDORES
liberaçãodemúsicasparaUsoemcampaNHaspUbliciTÁrias
gaNHa imporTâNciaNopaísealaVaNcamercadodeediToras
FoTos:diVUlgação
Mas nem sempre a música utilizada no comercial é a versão
original de um sucesso popular. Algumas marcas exigem que a
canção passe por alguma adaptação ou até mesmo seja interpre-
tada por outro artista, com novo arranjo. Um caso famoso que
segue essa regra é
Change The World
, utilizada no comercial do
banco Itaú. Famoso na voz de Eric Clapton, o hit nessa ação
ganhou interpretação da brasileira Blubell. Já quanto a adapta-
ções na letra, um destaque recente é
Show das Poderosas
, de
Anitta, que virou
Olla Poderosa
em um comercial de preservati-
vos. "Nestes casos, primeiramente é preciso que o autor aprove
a mudança. Não existe um acréscimo padrão para a mudança de
letra.O certo é que efetivamente esse uso se torna mais caro que
a liberação da canção original", assume Aloysio Reis.
Hoje no Brasil, o plano de mídia e a região coberta pela cam-
panha (nacional ou regional) são elementos fundamentais para
definição dos preços cobrados para a liberação da música. Mas
esses parâmetros são muito dinâmicos. E continuam a mudar
com o cenário digital em plena mutação e cada vez mais impor-
tante para a divulgação de qualquer produto. "Creio que chegará
um momento em que os preços de campanhas via internet serão
mais altos que os demais diante da efetividade cada vez maior das
redes sociais", vislumbra o executivo da Sony/ATV.
Porém, ainda há certos tabus na liberação de composições
para utilização de forma comercial. Grande parte dos artistas e
compositores são resistentes a vincular suas obras a campanhas
políticas. Obviamente, essa escolha está atrelada a ideologias
pessoais. E também pelo fato da publicidade política muitas
vezes usar músicas no formato de paródia, como fez Tiririca
BluBEll, ANittAEByAfRA
ARTISTASPARTICIPARAMDECASESDESUCESSO
ENVOLVENDOMÚSICAEPUBLICIDADE
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