SUCESSO#159 - page 41

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por onde anda
P
OR
G
USTAVO
G
ODINHO
O
grupo Renato e Seus Blue Caps foi um dos nomes mais
importantes do cenário musical no período da Jovem
Guarda. Por isso mesmo, embora não lance material
inédito há 13 anos, ele continua fazendo shows por todo o Brasil,
colocando os saudosistas para dançar. Com 52 anos de carreira,
Renato e Seus Blue Caps considera-se a banda de rock, em ati-
vidade,mais antiga do planeta.OGuiness Book analisa a questão
e deve chancelar o feito em sua próxima edição.
O auge do grupo, que tem 21 álbuns em sua discograˆa, se
deu entre 1964 e 1968. “Começamos a tocar em 1960, no bair-
ro da Piedade (Rio) e o nome da banda era horrível: Os Baca-
ninhas do Rock da Piedade”, diverte-se Renato. O nome que
consagrou o grupo foi dado pelo radialista Jair de Taumaturgo,
também em 1960. “Fomos participar do seu programa. Ao nos
anunciar, ele simplesmente nos chamou de Renato e Seus Blue
Caps, inspirado nos americanos Gene Vincent and His Blue
Caps”, esclarece o bandleader.
Na onda de “copiar” o rock gringo, Renato e Seus Blue Caps
ganharam notoriedade criando versões para grandes sucessos
norte-americanos. Através de um amigo, Renato recebia os LPs
dos Beatles assim que eram lançados em Liverpool. “Criamos
tantas versões dos Fab Four que até acabamos citados no Bea-
tles Anthology”, comenta. De olho nessa “vantagem”, a Copa-
cabana convidou os rapazes para gravar o primeiro compacto,
Twist
, lançado em 1962.
Com tal disco, o grupo ganhou notoriedade no Rio de Janeiro.
Ligado nesse sucesso,Erasmo Carlos chegou a integrar o conjun-
to em 1963 e participou das gravações do segundo disco, que leva
apenas o nome da banda. “Erasmo é nosso fã até hoje e só nos
deixou porque foi trabalhar com o Carlos Imperial em São Pau-
lo. Só depois resolveu seguir carreira solo”, lembra Renato.
Em São Paulo também estreava, em 1964, o principal progra-
O
ROCK
não tem
IDADE
RENATOESEUSBLUECAPS
CONTINUAMNAATIVA, COMUMACONCORRIDA
AGENDADESHOWS, MESMOSEMLANÇARMATERIAL INÉDITOHÁ 13 ANOS
GUSTAVOGODINHO
ma de TV da época, na Record, comandado por Erasmo, Rober-
to Carlos e Wanderléa. Nosso empresário, Marcos Lazaro, deci-
diu que também tínhamos de participar do programa. Foi nesse
momento que nos tornamos a banda de rock mais famosa da
época”, explica.“Perdi a conta de quantas vezes pegamos a ponte-
-aérea. Fazíamos shows durante a semana e no domingo nos
apresentávamos no
Programa Jovem Guarda
”, recorda.
A partir de 1965, a banda começou a trabalhar em nível na-
cional. Até 2001, tinha lançado 21 discos, quando "fechou a
fábrica". “Optamos por gravar menos e viajar mais.Mesmo sem
gravar, sempre houve demanda para nosso show. Sem falar que
infelizmente os fãs tem um pouco de rejeição às músicas inéditas.
Eles vão nos ver para ouvir os grandes sucessos da JovemGuarda.
Até hoje é assim”, explica o vocalista.
LENHA PRA QUEIMAR
Nos últimos anos, Renato vem compondo apenas por diversão.
Segundo ele, suas melodias são muito rebuscadas para o atual
momento do mercado e com certeza não fariam sucesso.“As mú-
sicas deixaram de ser ouvidas para serem dançadas. E eu sincera-
mente não sei fazer criar nesse formato”, salienta Renato.
Mas a agenda de shows da banda continua concorrida. Em
média, oito shows por mês. São duas horas de rock and roll.Além
de hits da Jovem Guarda, a banda toca standarts americanos, re-
lembra
Gatinha manhosa
,de Erasmo Carlos,e canta
Smile
,de Nat
King Cole em homenagem a Charlie Chaplin. “Nosso público
está na faixa de 50 anos. Muita gente leva os ˆlhos nos shows.
Dessa forma, conseguimos renovar o público”, conta Renato.
Mesmo com mais de 50 anos de banda, o artista não tem in-
tenção de se aposentar. Segundo ele, enquanto houver saúde, ha-
verá Renato e Seus Blue Caps. “A estrada é dura, mas a banda é a
minha vida.Tenho muito orgulho da nossa história”, ˆnaliza.
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