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funk
P
OR
G
USTAVO
G
ODINHO
U
ma das apostas da Warner Music, a carioca MC Lud-
milla, antes conhecida por MC Beyoncé, mudou com-
pletamente o direcionamento de sua carreira e em agos-
to lançou seu primeiro CD, apresentando uma levada
totalmente pop, com in uências de dance music dos anos 90.
Apesar de cantar desde a infância, Ludmilla ganhou notorie-
dade no circuito funkeiro do Rio de Janeiro apenas no início do
ano passado, período em que também entrou na mira da War-
ner. Segundo o presidente da gravadora, Sergio Aonso, a ar-
tista despertou sua atenção pelo fato de cantar bem e não usar
palavrões em suas letras. “Por termos tido sucesso no case Anit-
ta, decidimos contratar outra cantora com o mesmo perl. Ana-
lisamos o mercado por um ano e assinamos contrato com Lud-
milla em abril de 2014”, completa o executivo.
A primeira mudança signicativa na nova fase da cantora foi
em seu nome artístico. “AWarner explicou que Ludmilla é uma
marca muito forte e eu aceitei”, diz ela. É bom registrar que o
antigo nome esbarrava em questões jurídicas com a cantora
norte-americana Beyoncé, detentora da marca em nível inter-
nacional. MC Ludmilla também mudou a sonoridade de suas
canções. Se antes elas tinham uma pegada totalmente voltada
para o funk carioca, agora apresentam diversos elementos da
música pop. Nota-se até uma forte in uência do europop dos
anos 90 – estilo encontrado nas históricas coletâneas
As sete
melhores da Jovem Pan
. “A cúpula da gravadora me apresentou
diversos artistas que eu não conhecia e por quem acabei me
in uenciando. Essa troca de experiências re etiu conceitual-
mente na minha nova fase”, declara.
Ao assumir uma postura pop-funk, MC Ludmilla – antes
acostumada a cantar acompanhada apenas pelas batidas de um
Carreira
repaginada
NARABEIRADOÊXITODEANITTA,
MCLUDMILLA
EX MCBEYONCÉ
LANÇAPRIMEIROCDPELAWARNERMUSIC COM INFLUÊNCIASPOP
DJ – teve que se adaptar à companhia de uma banda completa.
“Tive apenas uma semana para ensaiar meu novo show, mas tirei
de letra. É mais difícil cantar com a banda, mas o resultado ca
muito melhor. E foi isso que me motivou a trabalhar exaustiva-
mente até que tudo estivesse perfeito – voz, som e coreograa".
"SÓ 40 SHOWS/MÊS"
MC Ludmilla também deu uma repaginada na estrutura de
shows. Além de cantar acompanhada de banda e dançarinas, a
funkeira também aumentou o tempo de suas apresentações.
Agora, ela permanece no palco por mais de uma hora. “Antiga-
mente, fazia aparições de 15 minutos e isso me dava a possibi-
lidade de realizar 100 apresentações por mês. Com a mudança
de estrutura, faço por volta de 40 shows”, explica. “O bacana é
que casas que lidam com o público AA passaram a me contratar
bastante.O cachê é melhor e isso abre um novo leque de fãs para
o meu trabalho”, completa. “Fizemos treinamentos com a artis-
ta para ela conseguir se destacar nesse mercado de alto padrão”,
completa Sergio Aonso.
Com relação ao novo CD, o trabalho chegou às lojas na se-
gunda quinzena de agosto e conta com canções inéditas e relei-
turas de alguns antigos sucessos de sua carreira, como
Fala mal
de mim
. “Nas letras, falo muito da força da mulher perante a
sociedade", explica. Essa vertente “feminista” se tornou prática
comum entre as funkeiras. Além de Ludmilla, Anitta e Valesca
Popozuda também adotaram a postura. E, se do ponto de vista
ideológico é bacana exaltar no palco as virtudes da mulher, a
tendência também é bem vista monetariamente. Graças às can-
ções
Zoeira dos amigos
,
Seu tempo acabou
e os megahits
Hoje
e
Sem
querer
, 100% das apresentações de Ludmilla são sold out.
FERNANDOSCHLAPFER
