SUCESSO#152 - page 54

DIVULGAÇÃO
54
RÁDIO
P
OR
H
ELDER
M
ALDONADO
uem mora em São Paulo e acorda cedo, com certeza já
foi para o trabalho na companhia de Pedro Luiz Ronco.
O radialista, que comanda o programa
A hora do Ronco
na Band FM há 25 anos, é responsável pela criação de uma das
mais bem-sucedidas atrações matinais do dial brasileiro.
Misturando humor, trotes, pegadinhas e música, o programa
é o que pode ser chamado de caos (quase) controlado. Sem ro-
teiro ou qualquer tipo de amarra, Ronco conduz a atração du-
rante três horas da forma que achar mais conveniente. Foi esse
jeito descontraído e anárquico que
fez
A hora do Ronco
se manter no ar
por duas décadas e meia com uma
audiência relevante. "Comecei na
Band como rádio escuta, depois virei redator, editor e repórter
de trânsito. Quando o João Carlos de Andrade assumiu a dire-
ção da emissora, disse que ia acabar com o departamento de
Jornalismo. Desgostoso, resolvi chutar o pau da barraca. Num
dia, quando ele me chamou para fazer um link ao vivo, escu-
lhambei e falei de tudo, menos de trânsito. Pensei que seria
demitido, mas que nada. Ele adorou minha intervenção e suge-
riu a criação do programa", recorda Ronco.
Quatro
DÉCADAS
de
história
UMDOSPRIMEIROSRADIALISTASAABRIRESPAÇOPARAGÊNEROSPOPULARES
NORÁDIOFM,
PEDROLUIZRONCO
REVELADETALHESDESUALONGA TRAJETÓRIA
GUSTAVOGODINHO
Ao lado dele na apresentação, já passaram comunicadores im-
portantes – entre eles, o próprio João Carlos de Andrade (o Joca),
Celso Portiolli,AndréMuller,Betinho,Paulo Eugênio e os atuais
Tadeo, Emerson e seu neto Pepê.
HITS POPULARES
Além disso,
A hora do Ronco
foi um dos programas responsáveis
pela popularização da música sertaneja e ritmos regionais nas
programações das FMs. Foi lá que artistas como Luiz Caldas,
Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó, João
Paulo &Daniel e Leandro &Leonardo encontraram as primei-
ras oportunidades de quebrar as barreiras do AM. "Antes, a
Band era especializada em black music. Foi no meu programa
que comecei a inserir esse tipo de música, que é mais do meu
agrado. Mas nem imaginava que no futuro esses seriam os gê-
neros mais ouvidos do país", explica Ronco.
Mais do que abrir esse privilegiado espaço para artistas antes
consumidos apenas no interior, Ronco entrou para a história por
ter revelado dois grandes fenômenos da música cômica dos anos
90: Tiririca e Mamonas Assassinas. O hoje deputado federal
enviou uma ¢ta com a música
Florentina
para a Band. Ronco
achou a música exótica e intuiu que poderia fazer sucesso. "Li-
guei na hora pro empresário do Tiririca e pedi para tocar
Flo-
rentina
com exclusividade durante um mês. Ele aceitou. Foi um
sucesso em São Paulo, o que garantiu agenda cheia para o can-
tor", relembra. "Mas ainda não conheci pessoalmente o Tiririca.
Porém, em um programa que contava a história de sua vida, ele
lembrou dessa minha ajuda. Gostei da atitude dele".
Já quem lhe apresentou Mamonas Assassinas foi o divulgador
Nelson Rago. Quando ouviu a
banda pela primeira vez, o apre-
sentador teve receio de tocar o
single
Vira-vira
."Tínhamos saído
há pouco de uma ditadura. Ainda
existia aquele ranço de censura,
por isso ¢quei temeroso em tocar
a faixa e arranjar problema. Mas
arrisquei e ela foi muito bem, se
espalhando pelo país na sequên-
cia", comenta Ronco.
Apesar de popularizar artistas
improváveis, a preferência musical do radialista é mais conserva-
dora – seu ídolo-mor é Roberto Carlos. Ronco inclusive morou
na mesma rua que o astro, no centro de São Paulo. Na época,
tentou, sem sucesso, conseguir um autógrafo do Rei. Porém, ao
participar de uma coletiva de imprensa, realizou seu sonho. "Fiz
mais perguntas que deveria e, sabendo que o Rei é palmeirense e
vascaíno, pedi para ele autografar minha camiseta do Corin-
thians. Gentil, ele atendeu meu pedido", relembra Ronco.
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