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riada em 1996 com o in-
tuito de ser a principal
publicação do mercado
fonográfico brasileiro, a revista
SUCESSO!
acaba de chegar à
edição de número 150. Em 17
anos de atuação, o veículo cobriu
e divulgou as mudanças na indús-
tria da música (o surgimento de
novas tecnologias e mídias, a crise
no mercado de discos e o apareci-
mento de novos gêneros e ten-
dências), além de publicar entre-
vistas com ídolos consagrados e
futuros ícones da música nacional.
A revista cumpriu também o pa-
pel de porta-voz para debates e
análises de executivos de gravado-
ras, empresários artísticos, produ-
tores de discos e shows,radialistas,
artistas e outras figuras que repre-
sentam o segmento artístico que
mais gera receita no Brasil.
Criada pelos empresários do
ramo editorial Tom Gomes e Gilmar Laurindo, a revista sur-
giu no encalço do bom momento vivido pelo mercado de dis-
cos naquele momento. Num período em que o CD se popula-
rizava, a pirataria era quase inexistente, a internet ainda dava
os primeiros passos no país e os downloads ilegais não eram
previstos, a venda de mais de 100 mil cópias de discos de ar-
tistas medianos ou novatos era um fato comum. Mais: um
nome popular consagrado não lançava novo produto com ti-
ragem inicial inferior a 500 mil cópias.
Além disso, as redes atacadista e varejista de discos formavam
um segmento comercial altamente lucrativo e representativo.
Tanto que em seu início, ainda com o nome de SUCESSO CD,
a revista trazia ao menos um CD promocional encartado a cada
edição.“O negócio de discos era tão lucrativo quanto o de shows.
O país abrigava mais de cinco mil lojas de CDs. Grandes ata-
cadistas, como a Universal Distribuidora, ditavam as regras do
segmento”, recorda Tom Gomes.
Nos primeiros anos, o crescimento da revista acompanhou o
da indústria e logo a publicação se transformou em referência
quando o assunto era cobertura do mercado de shows e discos.
Afinal, nos países mais importantes, a música é representada por
pelo menos uma publicação segmentada. O Brasil, por sua vez,
não contava com nenhuma revista com esse perfil até o surgi-
mento de
SUCESSO!
. Logo, o veículo cobriu essa lacuna com
conteúdo de qualidade e distribuição certeira. Prova disso é que,
a cada edição, o número de páginas aumentava, assim como o
de anunciantes. Todas as gravadoras multinacionais (Sony,
BMG, Warner, EMI e Universal) e locais (como Som Livre e
Paradoxx), além de pequenos selos e escritórios artísticos apos-
taram no produto logo no princípio.
E o título também apostou forte na parceria com as gravadoras.
Tanto que ainda nos primeiros números,
SUCESSO!
passou a
produzir e publicar rankings de
discos mais vendidos e músicas
mais tocadas no país.Essas listas
serviam como uma bússola para
a mídia e mercado. “Com essa
seção, demos um norte para os
executivos e radialistas. A partir
de então, eles sabiam em quais
dados se apoiar para criar as me-
lhores estratégias de divulgação
em rádio,por exemplo”,comenta
Gilmar Laurindo. "Lembro que
artistas mais engajados na con-
dução de suas carreiras – como
Zezé Di Camargo – frequente-
mente nos procuravam para sa-
ber, em primeira mão, como suas músicas estavam posicionadas
em determinados estados", completa.
Outro fato que transformou
SUCESSO!
em uma revista es-
sencial para o mercado naquela época foi a publicação da lista
de todos os lançamentos do mês, divididos por gravadoras e por
gêneros musicais. O número chegava a mais 400 títulos men-
sais, entre nacionais (a grande maioria) e internacionais. Como
a internet ainda não era realidade no Brasil, a proposta servia
para orientar os lojistas no momento de elaborar a lista de pe-
didos para as gravadoras ou distribuidoras/atacados. “Aquilo
facilitava o diálogo entre os vendedores/representantes das dis-
cográficas e os comerciantes. Com a revista em mãos, era fácil
saber que discos haviam saído com edição nacional e até quais
títulos ganharam reedições. Para a época, foi uma ferramenta
muito importante”, recorda Tom Gomes.
Para agradar ainda mais os lojistas, a revista encartava pôste-
oseditoresdesucesso!, tomGomeseGilmarlaurindo
revista (aolado, capadaprimeiraedição) surgiuno
momentoemqueocdcomeçavaasepopularizarnopaís
GustavoGodinho
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