SUCESSO#160 - page 59

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contrávamos muito
na casa do Fausto Sil-
va”, completa Ronnie,
emocionado.
Quem acompanha
atualmente o progra-
ma
Todo Seu
(TV
Gazeta) vê um Ron-
nie Von comportado,
bem vestido e dando
boas dicas sobre eti-
quetas. Mas o artista
teve também um lado
bad boy em sua juven-
tude. Ronnie tem
mais de 30 passagens
pela polícia – a maio-
ria por brigas de rua. Por ser o único artista "bem de vida" a tocar
no rádio na época da Jovem Guarda, ele sempre foi hostilizado
por populares e alguns radialistas. “Fui muito agredido, me ofen-
diam, mesmo eu estando com filhos, com mulher – e eu não en-
golia. Cheguei a jogar um cara de cima de uma escada rolante
depois que ele disse absurdos sobre mim”, conta.Mas hoje a rea-
lidade é outra e, por conta de uma promessa feita à sua esposa
Cristina, ele não se mete mais em confusão.
› psicOdÉLicO
A maior contribuição musical de Ronnie Von foi sua trilogia de
discos psicodélicos:
Ronnie Von
(1969),
A misteriosa luta do reino
de parassempre contra o império de nunca mais
(1969) e
Máquina
voadora
(1970).É bom deixar claro que,na época,os discos foram
um fracasso de vendas. Mas no início dos anos 2.000 diversas
Atualmente, o mercado de biografias despontou e hoje é
um dos nichos literários mais aquecidos. Nas livrarias,
estão disponíveis biografias de grandes artistas e de novatos
que surgem aos montes. É possível achar nas prateleiras a
história da vida de John Lennon ao lado de Justin Bieber e
Maroon 5, por exemplo. Esse fenômeno aconteceu graças às
redes sociais e o interesse explícito de fãs, que pedem uma
demanda maior de informação dos seus ídolos.“É natural
que coma efemeridade do sucesso atual, os artistas passem
a lançar mais produtos com a sua marca. Se o público quiser
comprar, quem somos nós para dizer que está errado?”,
questiona Guerreiro.
Vale citar que a biografia de Ronnie Von quebrou recordes
logo na noite de lançamento, contando com mais de 3 mil pessoas e uma fila de espera que ultrapassava seis horas. “Se
soubéssemos que ele era tão querido teríamos lançado antes”, diverte-se Pimentel. Mas a dupla está com mais duas
biografias engatilhadas. “Não podemos revelar, mas estamos escrevendo a história de um célebre esportista e de uma casa
noturna paulistana muito famosa entre as décadas de 70 e 80”, conta Pimentel.
A propósito, a dupla comemora o fato de a Câmara dos Deputados ter aprovado recentemente o projeto que libera a venda
de biografias não autorizadas (embora ainda precise ser sancionado). “Se a pessoa decidiu se colocar na vitrine, viveu como
personagem público, isso não lhe confere direito de cercear quem quiser conhecer realmente esse personagem”, declara
Pimentel. “Uma pessoa pública não tem o direito de vetar nada”, completa o biografado Ronnie Von.
OMercadOdeBiOGraFias
publicações londrinas descobriram os trabalhos e os listaram
como verdadeiras obras primas do gênero. “Arnaldo Sacomani e
Manuel Barenbein produziram esses álbuns, que representavam
o surrealismo na música. A faixa
Espelhos quebrados
continua lin-
da e atual. Assim como
Silvia 20 horas domingo
, de Tom Gomes
e Luis Wagner”, destaca Ronnie.
Emocionado, o produtor Arnaldo Sacomani recorda das gra-
vações com saudosismo.“Éramos jovens e queríamos revolucio-
nar o mundo da música. Com as baixas vendas da época, acha-
mos que estávamos no caminho errado. Mas agora percebo que
estávamos à frente do nosso tempo. As músicas dos três discos
ainda hoje soam brilhantemente lindas”, diz. Popular entre co-
lecionadores de vinil, a trilogia está avaliada em quase R$10 mil
e há poucos exemplares em circulação no Brasil. Vale frisar que
Os Mutantes, B-612 e Baobás foram as bandas de acompanha-
mento de Ronnie Von nos três discos.
Tempos depois, Ronnie Von deixou de lado sua veia psico-
délica e se entregou de vez ao romantismo. A canção
Tranquei
a vida
marcou sua volta ao estilo que sempre agradou a maio-
ria dos brasileiros. Com esta gravação, o cantor voltou ao topo
das paradas e alcançou também sucesso internacional em paí-
ses como Portugal e Espanha, onde se apresentou em shows e
festivais. “Acabei me adequando ao estilo romântico politica-
mente correto das gravadoras".
Mas num determinado momento Roonie se afastou da mú-
sica e não pensa mais em voltar. "Esse mundo, definitivamente,
não é para mim”, finaliza.
artistanãOcOGitaVOLtaracantar:
"oMUNDoDAMúSiCANãoÉMAiSPARAMiM"
oSAUtoRESDoLiVRo
ANtoNioGUERREiRoE
LUizCESARPiMENtEL
divulgação
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