SUCESSO#163 - page 13

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»OSpotify já disponibilizava alguns álbuns e músicas canta-
das em espanhol pelo Rei. Por quê?
Roberto Carlos é o artista popular brasileiro com mais penetração e
notoriedade no mercado latino. Sua carreira é celebrada de forma emo-
cional e apaixonada em todos os territórios de fala hispana. Ele tem
uma história de sucesso inigualável nessas praças. Seus shows reúnem
todas as nacionalidades e o repertório é quase todo apresentado em es-
panhol. A liberação de alguns álbuns neste idioma funcionou como um
bom laboratório para a experiência brasileira e foi uma forma de res-
peitar este público que tinha menos acesso presencial do artista.
» Como se deu a digitalização do acervo? Vocês já haviam fei-
to isso com o iTunes e aproveitaram agora o material digita-
lizado naquela época?
Todo o repertório do Roberto já estava digitalizado pela Sony, comple-
tamente bem organizado e em prontidão. São mais de 60 álbuns, mais
de 1000 fonogramas, uma quantidade de sucessos sem paralelo. Poucos
artistas no mundo tem esse histórico de produção e de vigência absolu-
tamente atual. É um privilégio se aproximar deste acervo e poder co-
laborar para que futuras gerações revalidem sua riqueza e importância
dentro do cenário da música popular brasileira e latina.
» A propósito, acredita que ao abrir para streaming, as vendas
no iTunes podem vir a reduzir? Ou elas já vem reduzindo por
conta das novas ferramentas e serviços disponíveis?
Acreditamos na convivência dos formatos e principalmente no res-
peito ao consumidor. O renascimento do vinil é um exemplo de como,
inicialmente, o que parecia um fetiche passageiro, a cada ano recon-
quista mais seguidores e mais relevância. O desafio do iTunes é que,
apesar de sua mais que bem-vinda, justa e incontestável consagração
e contribuição ao consumo digital legal no Brasil, sua migração para
a venda com cartão de crédito/débito de bandeira nacional e a entra-
da dos gift cards, prometida desde o início e ainda inexplicavelmen-
te não cumprida, é tardia e com danos colaterais significativos. Isso
limita seus negócios e sua adoção mais totalitária pelo público brasi-
leiro. Quem não tem cartão internacional não pode consumir. Os
preços continuam sendo praticados em dólares, infelizmente ainda
distante da realidade de muita gente. Os serviços de assinatura que-
braram este paradigma desde o início de suas operações e a vertigi-
nosidade de seu crescimento não deixa dúvidas em relação ao mode-
lo de negócios. Precisamos de mais objetividade e assertividade para
que o mercado tenha mais horizontalidade e alcance cada dia mais
pessoas. O Brasil tem mais de 200 milhões de celulares e a suprema-
cia dos smartphones ratifica que a telefonia é a senha para a inclusão
digital. E a música é protagonista neste movimento.
» No iTunes, excetuando
Esse cara sou eu
, quais álbuns e/ou
faixas de Roberto forammais baixados na plataforma?
Esse cara sou eu
foi um sucesso de vendas físicas e digitais sem prece-
dentes no mercado brasileiro nos últimos anos.Mas a aceitaçāo de todo
o repertório de RC no iTunes foi total. O positivo é que, quando um
megasucesso destes acontece, ele funciona como âncora para alavancar
todo o catalogo e instigar a curiosidade do consumidor.
» Uma vez que até agora o Roberto, em termos digitais, prati-
camente só estava no iTunes, vocês consideram que ele tenha
muitos direitos a receber não só noBrasil como no exterior por
conta do uso de suas músicas no ambiente digital?
O amadurecimento do mercado como um todo favorece a todos – ar-
tistas, produtores de fonogramas, editores, intérpretes. Todos nós, em
conjunto, temos que trabalhar para mais resultados, transparência e
MarcelocastelloBranco
"hoje, nobrasil, o idiomadomercadoédigital,
priorizandoportabilidade, conveniênciaeserviço"
thomásrangel
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