SUCESSO#163 - page 6

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recado
O
anúncio dos recentes relatórios da Federação Internacio-
nal da Indústria Fonográfica (IFPI) e da Associação Bra-
sileira de Produtores Discográficos (ABPD) sobre a per-
formance da indústria em 2014, em níveis mundial e nacional, não
deixa dúvidas: a forma de se consumir música mudou. Em nível
internacional, 46% das receitas do setor referem-se a negócios ge-
rados em plataformas digitais. No Brasil, esse percentual é de 48%
(crescimento de 30%, comparado a 2013). Por outro lado, o mer-
cado físico não para de encolher. As vendas no formato caíram
8,1% no mundo em 2014 em relação ao ano anterior. No Brasil, a
queda foi mais expressiva – 15%, como pode ser constatado em
matéria publicada na página 58 desta edição.
O fiel da balança, mais uma vez, foram os serviços de assinatura
online, chamados streaming. Mas vale frisar que essa opção de
consumo em nosso território só ganhou importância em 2014,
com a entrada em operação do Spotify.Tal fato colaborou para que
51% das receitas commúsica digital no período fossem geradas por
este segmento. A despeito do bom trabalho feito por players como
Rdio e Deezer, por aqui a grande vedete em termos de streaming
vem sendo mesmo o Spotify, tanto pelo serviço em si de assinatu-
ra quanto pelo modelo de oferta gratuita de conteúdo em troca da
veiculação de publicidade – que serve para o consumidor conhecer
e degustar suas funcionalidades e seu repertório.
Mas a grande jogada do Spotify foi anunciada no início de abril:
o fechamento de acordo (exclusivo nos primeiros 90 dias) para
disponibilizar toda a discografia do Rei Roberto Carlos, composta
por mais de 50 álbuns e cerca de mil fonogramas. “Quando a ven-
da digital quase supera os 50% e o consumidor, de forma irreversí-
vel, adota essa forma de consumo e de experiência, nos pareceu o
momento certo e adequado de estar presente (nesse universo), com
planejamento e calendário dinâmico de ações, como a matéria me-
rece”, diz Marcelo Castello Branco, em entrevista publicada a par-
tir da página 12. Conhecido profissional da indústria, Castello
OfísicOeOdigital
Branco foi contratado como consultor pela DC Set, empresa que
gerencia a carreira de Roberto, na busca de oportunidades de ex-
ploração do repertório do artista no universo online. Roberto, cuja
experiência neste mercado se restringia ao acordo com o iTunes,
pretende a partir de agora explorar todas as possibilidades, em es-
pecial as plataformas de vídeo.
O curioso é que, mesmo com as informações oficiais de que o
mercado físico está perdendo cada vez mais força, os artistas em
geral continuam apostando no formato. O próprio Roberto aca-
ba de lançar um CD duplo e DVD gravados durante o megacon-
certo que fez em Las Vegas no final de 2014. “A convivência de
formatos será respeitada. Uma ação não substitui a outra. O con-
sumidor escolhe como e de que forma quer ter o repertório em
casa”, explica Castello Branco.
Por motivos diversos, a opinião é corroborada por outros entre-
vistados desta edição. Um deles é o cantor Seu Jorge, ora lançando
o volume 2 de
Músicas para churrasco
. “Apesar da minha música
atingir o público A e os moderninhos, também tenho fãs nas clas-
ses menos abastadas. E, verdade seja dita, as regiões norte e nor-
deste têm pouco acesso à internet. Por isso ainda acredito na im-
portância da mídia física”, diz ele (páginas 24 e 25).
A dupla Chimbinha e Joelma, da banda Calypso, faz coro à
afirmação de Seu Jorge e critica a falta de lojas físicas em algumas
cidades (página 30). “Vendemos nossos lançamentos durante as
apresentações. O movimento de nossa loja itinerante é muito
bom. O fã fica motivado a comprar o produto quando vai ver o
show”, afirma Chimbinha, ressaltando: “as pessoas que vivem no
interior não tem onde comprar música. E parte dos nossos fãs
tem pouquíssimo acesso ao mercado digital. Trata-se de um pú-
blico muito importante, que às vezes é esquecido por artistas e
gravadoras”, lamenta ele.
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ANO 20 • Nº 163 • MAIO/JuNhO 2015
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