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www.portalsucesso.com.br

mercado

P

or

G

ilmar

l

aurindo

C

onsiderando o tamanho do mercado musical brasileiro e

o que ele gera em receitas, pode-se dizer que o segmento

de Licenciamentos ainda engatinha. Salvo poucos nomes,

como Ivete Sangalo e Anitta, é raro ver grandes marcas lançando

produtos assinados por artistas.O que se observa em alguns casos

são lojas que criam e fabricam seus próprios produtos para venda

em shows e de forma online. “O licenciamento das marcas de

artistas musicais para produtos deve fazer parte de todo planeja-

mento de carreira desenvolvido por empresários e/ou gravadoras.

Esse é um mercado em franca expansão, que poderá ampliar o

alcance dos artistas com seus públicos, fidelizando-os ainda mais

e trazendo uma receita considerável”, afirma Rodrigo Caldas, da

recém-inaugurada Synergy Brands. “Há de se fazer esse trabalho

de maneira profissional, estruturada e focada, inserindo-o no pla-

no de marketing de um grande lançamento como mais uma fer-

ramenta obrigatória, a exemplo do que já é feito com assessoria de

imprensa, rádio,TV, redes sociais, venda de shows etc”.

Formado em Administração com MBA em Marketing, Cal-

das conhece muito bem tanto o universo musical quando a área

de Licensing. Trabalhou 14 anos como executivo na indústria

fonográfica – EMI Music, Universal Music e Disney Records

Brasil (nesta, atuou na área de shows e ajudou a implantar a

emissora FM do grupo, que opera em São Paulo). Em 2012,

retornou ao Rio como gerente geral de Licenciamento para os

Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. Coordenando uma equi-

pe de nove executivos, assinou 68 contratos de licenciamento

com empresas como Nike, Samsung, Coca-Cola, Oakley, Lego,

Panini, Nintendo etc, levantando mais de R$ 78 milhões para o

Comitê Organizador e desenvolvendo mais de 4.000 produtos

para as 132 lojas oficiais, além de todo o varejo brasileiro. Apai-

xonado por música, Caldas pretende direcionar os trabalhos da

Synergy Brands apenas para esta área. “Sou daqueles caras que

se arrepiam quando ouve uma bela canção! Por isso, a meta da

Synergy Brands agora é trabalhar muito bem e muito focada no

mercado fonográfico, para construir grandes cases de sucesso

com artistas musicais. Somente num num segundo momento a

ideia é ampliar a atuação para personalidades, esportistas etc.”,

diz Rodrigo. A seguir ele fala um pouco mais do potencial da

área de Licenciamento para os artistas da música e empresas

envolvidas em suas carreiras.

» SUCESSO! - Você pretende trabalhar apenas com artistas

populares, com grande base de fãs, ou acha que também vale a

pena trabalhar com artistas de nicho?

Rodrigo Caldas -

As empresas buscam adquirir licenças de marcas

com apelo para determinado público – que pode ser grande e popular,

mas também pode ser segmentado, porémmuito fiel. Eu vejo como algo

bem factível, por exemplo, uma linha de jóias, óculos, relógios, vinhos,

canetas finas etc. de artistas prestigiados da MPB.

Marcas

fortes

responsávelpelolicenciamentodasolimpíadasdorio,

rodrigocaldas

abreempresaparaprospectarnegóciosnestesegmentoparaartistas

» É imprescindível o trabalho de divulgação espontânea por-

parte do artista, falando dos produtos nos shows e entrevis-

tas, para o sucesso dos projetos de licenciamento?

O engajamento do artista é fundamental! Ele não pode se satisfazer

apenas com o valor recebido como adiantamento (“mínimo garantido”)

e entregar somente o básico de divulgação que constar no contrato, pois

o produto poderá perder muita força do seu ciclo de vida. Mais divul-

gação pode significar mais sucesso comercial. Porém além desse aspecto

há de se levar em conta outro papel importante - o de promover o re-

lacionamento da marca/imagem do artista com seu público, inclusive

trazendo novos fãs/consumidores. Na Rio 2016, a área de Licencia-

mento gerou cerca de R$ 100 milhões em faturamento! Pode parecer

muito (e é para licenciamento), mas a área de Patrocínios gerou R$

2,5 bilhões e a de Ingressos, R$ 1,1 bilhão. A grande missão da área de

Licenciamento era levar a marca Rio 2016 de norte a sul do Brasil,

gerando engajamento e apoio popular através dos produtos licenciados.

»Hoje quemsão os artistas da nossamúsica commais contra-

tos de licenciamento? São os cantores infantis?

Não, são as mulheres. Infelizmente hoje não temos muitos cantores

infantis de grande sucesso como ocorria nos anos 80/90, que acaba-

“OlicenciamentOdevefazerpartedOplanOdemarketing

deumgrandelançamentO,cOmOjáéfeitOcOmrádiO,tv,

assessOriade imprensa,redessOciaisevendadeshOws"

déboraregal