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recado

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N

as últimas semanas, alguns temas suscitaram discussões en-

tre profissionais da indústria da música,em especial os com-

positores e associações que os representam. Primeiramente

o parecer favorável da maioria dos ministros do Supremo Tribunal

Federal quanto à constitucionalidade da Lei 12.853/2013, já há al-

gum tempo em debate, que determina que o governo, através do

Ministério da Cultura,passe a regular e a fiscalizar a atuação do Ecad.

A sessão do Plenário do STF ocorreu no final de abril.Amaioria dos

magistrados votou favoravelmente à nova lei, porém a sessão foi sus-

pensa devido ao pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello,

que alegou a necessidade de ter mais tempo para estudar o assunto.

Agora, aguarda-se o agendamento de nova sessão do STF para defi-

nição da questão, com a qual o ECAD e as associações que o com-

põem são totalmente contrários, por acharem que a lei compromete

a liberdade dos criadores e tutela dos artistas, fato que, para seus re-

presentantes, constitui ingerência do governo. "A lei é fruto de algu-

mas disfunções que nos assolam, é fruto do autoritarismo, é fruto do

oficialismo que espera que o Estado vai resolver tudo", afirma Pedro

Cristofaro, advogado do Ecad. Para o advogado Carlos Matias de

Sousa, representante da Associação de Músicos Arranjadores e Re-

gentes, a lei é intervencionista, pois não cabe ao governo estabelecer

regras sobre a arrecadação de direito autoral. "O Estado está queren-

do entrar no que não é dele, no que é privado", afirma.

Outra questão em fase de avançadas discussões que preocupa os

compositores diz respeito ao Projeto de Lei 206/12,da senadora Ana

Amélia (PP-RS), que propõe o fim do recolhimento dos direitos por

hotéis e similares, no que se refere aos aposentos desses estabeleci-

mentos. O Ecad e as associações que o compõem vem se mobilizan-

do para derrubar a proposta. “Preciso de um hotel para hospedar os

direitos autorais, pois sem isso não temos como pagar a conta do

room service", rebateu em tom sarcástico Carlinhos Brown, um dos

artistas signatários do documento contra a proposta (assinado tam-

bém por Erasmo Carlos, Paulinho Moska, Chico Buarque e Sandra

de Sá, entre outros). A disputa é antiga, com muitas vitórias por

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tiraGem desta ediÇão

15.000 exemplares

parte do Ecad após cobranças judiciais. A alegação do setor é que a

lei que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo estabelece os

quartos/suítes como ambientes de frequência individual e de uso ex-

clusivo dos hóspedes, o que não se encaixaria no princípio de execu-

ção pública. Já o Ecad, de acordo com a Lei de Direitos Autorais,

sustenta que todo local de frequência coletiva que utilize música

publicamente (através de rádios ou aparelhos de TV) devem pagar

direitos autorais. Em 2015, o segmento hoteleiro recolheu R$ 24,3

milhões junto ao ECAD.

Não bastassem essas demandas,a crítica dos compositores aumen-

tou sobre as plataformas digitais de exibição de vídeo, em especial o

YouTube. A União Brasileira de Compositores (UBC), a Associação

Procure Saber, a União Brasileira de Editores Musicais (UBEM) e o

Sindicato dos Músicos repudiaram o posicionamento do Google/

YouTube em não reconhecer a legítima remuneração integral dos

direitos autorais no Brasil. "O YouTube, ao insistir na sua posição

oportunista de não reconhecer os direitos de execução pública, na

verdade se vale de frágeis artifícios para pagar menos aos autores

brasileiros", afirmou a UBC em nota oficial.

A propósito, nesta edição de

SUCESSO!

, entrevistamos Marcelo

Castello Branco, que desde janeiro ocupa o cargo de diretor executi-

vo da UBC. A respeito do tema acima, ele opina: “o comportamento

do Google no Brasil, com a comunidade criativa brasileira, não me

parece à altura de seu tamanho e responsabilidade. Remunerar me-

nos o artista brasileiro, jogar oportunisticamente com interpretações

legais, me parece uma tática para ganhar um tempo que já não te-

mos", afirma ele na entrevista (páginas 38 e 39).

Outra questão absolutamente descabida relativa a direitos de au-

tores diz respeito à proposta do deputado Veneziano Vital do Rêgo

(PP/PB), de redução de tempo de 70 anos (atual) para 30 anos para

uma obra musical cair em domínio público. Uma aberração que não

merece comentários.

Gilmar Laurindo e TomGomes