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recado
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ara praticamente todos os setores da economia brasileira,
2015 é um ano pra ser esquecido. Instabilidade política e
erros na condução da economia levaram nosso país a mer-
gulhar fundo na crise deflagrada em 2014 com escândalos
de
corrupção envolvendo políticos, empresários e banqueiros.
Tal crise acabou respingando também na indústria da música.
Aparentemente com menos força que a observada em outros seto-
res. Mas respingou. Eventos foram cancelados, principalmente no
mercado corporativo, patrocínios para turnês foram reavaliados e
muitas prefeituras deixaram de subsidiar festas municipais por fal-
ta de recursos – fazendo com que tais eventos fossem adiados ou
reduzidos em termos de estrutura e de line-up.
Mas claro que houve feitos interessantes na música brasileira em
2015, tanto na parte artística quanto nos negócios em si. O principal
deles diz respeito à balança comercial envolvendo as mídias físicas e
digitais. Os números oficiais só serão divulgados em abril próximo
pela ABPD, mas tudo indica que a proporção ficou na casa de 55%
para o digital contra 45% do físico. Na Universal Music Brasil, de
acordo com seu presidente José Eboli (entrevista publicada nas pá-
gina 44 e 45 desta edição), até novembro dois terços dos negócios
diziam respeito a itens digitais, com destaque para streaming envol-
vendo o catálogo internacional. "Felizmente, apesar da crise econô-
mica, estamos mantendo nossos objetivos financeiros graças ao digi-
tal", diz Eboli na entrevista. "Como esse formato é ainda muito
baseado no repertório internacional, é natural que isso ocorra com a
nossa gravadora, que detém os maiores artistas do planeta".
Brilhante análise sobre essa mudança de consumo, que colocou
o digital no topo da pirâmide, é feita por Marcelo Castello Branco,
destacado profissional da indústria que atualmente presta consul-
toria, através de sua empresa (Music Content Branding), na área
digital a artistas como Roberto Carlos. "Para as gravadoras, aquelas
que resistiram à nova ordemmundial, o momento é mais que opor-
tuno e festejado, depois de dez anos de dura transição e reconversão.
2015NÃOFOI ASSIMTÃORUIM
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GILMAR LAURINDO
ANO 20 • Nº 167 • JANEIRO/FEVEREIRO 2016
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15.000 exemplares
Quem tem catálogo manda, quem tem mais de 100 anos de inves-
timento em fonogramas, carreiras artísticas e acervos editoriais fi-
nalmente comemora de novo. O dinheiro chega com pontualidade,
aos rios, por todos os lados. Quem não tem, observa, faz conta,
muita conta, faz de conta que ainda é cedo", escreve Castello Bran-
co no artigo publicado na página 40.
Com relação a nomes e projetos que se destacaram em 2015,
alguns merecem citação. A dupla Henrique & Juliano cravou defi-
nitivamente sua marca no primeiro time do sertanejo, gênero que
se manteve soberano na programação das rádios e dos eventos, me-
gas, médios ou pequenos. E pelo segundo ano consecutivo, o hit-
maker Bruno Caliman figurou como principal arrecadador de di-
reitos, graças a sucessos como
Poeira da lua
e
Escreve aí
.
O funk manteve-se no segundo lugar na preferência popular
graças aos nomes já consagrados (Valesca Popozuda, Buchecha,
Naldo, Anitta), à consolidação da carreira de Ludmilla e à chegada
ao mainstream de artistas como Nego do Borel e Biel.
Wesley Safadão foi outro nome de destaque no ano que passou.
Lotou os locais por onde se apresentou (mais de 200 shows), am-
pliou mercados para além do Norte/Nordeste e teve uma de suas
gravações (
Aquele 1%
, ao lado de Marcos & Bellutti) entre as mais
visualizadas no YouTube (cerca de 100 milhões).
Como em anos anteriores, apesar da crise, a música religiosa este-
ve entre as mais consumidas. O padre-cowboy Alessandro Campos,
presença constante em rodeios e feiras agropecuárias, fechou 2015
entre os cinco artistas que mais venderam no país (considerando os
títulos
O que é que eu sou sem Jesus?
e
Quando Deus quer ninguém segu-
ra
, este lançado em setembro). O mercado de música gospel igual-
mente manteve sua força, movimentando, segundo dados oficiais,
cerca de R$ 500 milhões com a comercialização física e digital.
Gilmar Laurindo e TomGomes