SUCESSO#160 - page 22

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sertanejo
P
OR
T
HIAGO
M
OURATO
F
azer sucesso uma vez é fácil. Difícil é alcançar longevida-
de na carreira. Para isso, talento, humildade e transpiração
são fundamentais. Que o digam os irmãos Guilherme &
Santiago, que em 2014 estão completando 20 anos no mercado.
É claro que a data não poderia passar em branco. As comemo-
rações começaram com o CD
Tudo pra você
, lançado no início
do ano. O projeto apresentou 16 músicas inéditas, mesclando as
novas tendências sertanejas que Guilherme & Santiago adota-
ram nos últimos anos ao tradicional romantismo presente desde
os primeiros momentos de carreira da dupla. O grande sucesso
do disco foi justamente um modão –
Jogado na rua
, que esteve
meses entre as mais tocadas nas rádios brasileiras. “Esse tipo de
música é encontrado facilmente em nossa discogra’a. Todo
mundo tem um tio, uma tia que gosta dos sons mais tradicionais,
que mexem com a memória afetiva. Quem não gosta de ir para
uma chácara no interior ou fazer um churrasco ouvindo um bom
modão?”, comenta Guilherme.
O resultado foi tão bom que, em julho, Guilherme & Santia-
go lançaram o single
Meia-noite e meia
, outro modão que segue
o mesmo caminho de
Jogado na rua
em termos de receptividade.
Essa faixa fará parte do DVD que a dupla está preparando para
passar esses 20 anos a limpo. A gravação está con’rmada para
fevereiro, em Brasília (DF) “Como trata-se de um DVD come-
morativo, ele trará grandes sucessos da
nossa carreira, alguns com leituras
diferentes, além de inéditas, claro”.
A produção será assinada pelo
festejado Dudu Borges. “Além de
ser muito competente no que faz,
o Dudu reœete a vontade que temos
de sempre nos reinventar. Mesmo
tendo canções tradicionais no nosso
repertório, desde 2010 incorpora-
mos novas sonoridades à nossa
discogra’a, com o disco puxa-
do pelo megahit
E dai?
,", a’r-
ma Guilherme, que vê com
bons olhos essa nova safra de
produtores que tem dominado
o mercado. “Essa molecada tem
um envolvimento muito maior.
Tudo para eles é uma conquista,
um passo dado, um degrau que eles
subiram. Eles tem um frescor que
passa para a música. Isso não quer
dizer que os mais antigos tenham
perdido a qualidade e a vontade –
mas é diferente”.
Apesar de ter pego esse respiro
CABEÇA
FEITA
COMDUASDÉCADASDEESTRADA,
GUILHERME&SANTIAGO
INOVAMSEM
PERDERAESSÊNCIAEPREPARAMDVDCOMPRODUÇÃODEDUDUBORGES
DIVULGAÇÃO
romântico do mercado e emplacado dois modões em sequência,
a dupla rechaça a ideia de manter uma carreira sem inovações.
Desde o início da década, ela vem lançando faixas românticas e
de baladas, obtendo êxito em ambos estilos. “Algumas pessoas
são um pouco nostálgicas, querem que os artistas façam sempre
a mesma música até morrer. A nossa cabeça é diferente, a gente
evolui. O Roupa Nova é um exemplo disso. Eles estão há tantos
anos na estrada, sempre inovando. Porém, quando você fecha os
olhos, consegue identi’car que é o Roupa Nova tocando ali.
Conosco é a mesma coisa. Atualizamos a sonoridade, mas a es-
sência continua a mesma”.
OPORTUNIDADE X QUALIDADE
Entre 2007 e 2009,Guilherme & Santiago apresentaram o pro-
grama
Terra Nativa
, na TV Band. Na atração semanal, eles re-
cebiam nomes da música sertaneja que cantavam seus sucessos
e, por diversas vezes, promoviam parcerias de peso com os con-
vidados. Um dos quadros, o Country Star, era um reality show
dedicado à revelação de cantores sertanejos. Após passar pelo
comando da atração e analisar outros programas do estilo, Gui-
lherme criou uma visão bem crítica do formato. “Não acredito
muito em reality shows. Tem muita gente com mais vontade de
’car famosa do que de fazer música. É importante que haja esse
espaço para quem está começando, porém, ele
só se torna interessante quando consegui-
mos unir oportunidade, talento e a vontade
de ser um bom pro’ssional".
Guilherme amplia sua análise sobre como
algumas carreiras são gerenciadas em seu
início. Para ele, investimento, qualidade e ex-
periência tem que caminhar juntos. “Alguns
querem 'comprar' o sucesso, investindo
altas quantias empromoção.Acham
que já devem começar com uma
mega estrutura, com ônibus
etc. Não tem jeito. A música
tem que vir primeiro, do con-
trário a carreira não andará
para frente. Quem está co-
meçando deveria se espe-
lhar em exemplos como o
nosso e o de duplas como
Bruno & Marrone, Edson
& Hudson e Victor &
Leo. Nossa escola foi a
noite. Não tínhamos tanto
investimento no começo,
por isso a música sempre
falou mais alto”.
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