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SABATINA
P
OR
G
ILMAR
L
AURINDO
O
swaldo Montenegro é um dos mais representativos no-
mes da MPB. Carioca, 57 anos, ele começou a carreira
em 1977, mas ficou conhecido após vencer o Festival
Nova MPB, da Rede Globo, em 1980 (com a canção
Agonia
). É
um artista incansável. Nesses 36 anos, lançou 41 discos e cinco
DVDs, nos quais estão registradas algumas de suas gravações
mais famosas, como
Bandolins
,
Lua e flor
,
Condor
,
Estrelas
,
Can-
te uma canção
,
Quando a gente ama
e tantas outras. Mas o multi-
midia OswaldoMontenegro fez muito mais.É autor de 13 peças
musicais, algumas delas recordistas de bilheteria – casos de
Os
menestréis
,
A dança dos signos
e
Filhos do Brasil
. Fez trilhas para
várias outros espetáculos teatrais, dirigiu um longa metragem
(
Leo & Bia
) e está rodando outro (
Solidões
), que deve estrear
ainda neste ano. Escreveu vários roteiros e trilhas para balé e
assina a autoria do livro infantil
O vale encantado
. Ufa!
Além de ser essa usina de ideias, o artista ainda encontra tempo
para bolar interessantes ações de marketing. Para promover seu
disco atual,
De passagem
, criou dois concursos envolvendo músicas
do álbum – um de clipes e outro de vídeos coreografados –, pre-
miando os vencedores em dinheiro. "Custear meus próprios pro-
jetos tem sido uma maneira de manter minha liberdade radical-
mente protegida. Uso a grana que ganho pra fazer minha arte
como me dá na cabeça.Detesto me submeter ao tempo lógico das
produções e tenho horror a que outras pessoas me digam o que ou
quando eu devo fazer um projeto", diz Oswaldo. Na entrevista a
seguir, ele fala desses concursos, comenta seus grandes sucessos e
afirma ser extremamente passional – o que se reflete na sua obra.
» SUCESSO! -
De Passagem
é seu último lançamento em
CD. Ao concebê-lo com tantos ritmos variados, você prova
que está mais antenado que nunca.
Meunomeé
TRABALHO
INCANSÁVEL,
OSWALDOMONTENEGRO
ATACAEMVÁRIASFRENTES, BANCANDO
SEUSPROJETOS; EMENTREVISTA, ELEFALADESUAOBRAEDESUACARREIRA
GUGAMELGAR
Oswaldo Montenegro -
O Brasil é o país com mais ritmos pulsando
na sua música. Nossa origem miscigenada faz com que tenhamos a
cultura percussiva mais interessante do planeta.
De Passagem
é
apenas um disco brasileiro, nesse sentido da palavra. Ter morado em
São Joao Del Rei na minha infância e depois em Brasília, me fez ter
contato com essa variedade. Para a grande mídia, minhas canções
lentas sempre apareceram mais e de certa forma acabaram definindo
uma imagem trovadoresca que, apesar de verdadeira, pode esconder
essas outras faces que nesse disco aparecem mais nítidas.
» Em sua atual turnê (
De passagem
), você se apresenta com di-
ferentes formatos (com a banda, solo, em duo...)?
Sim. Adoro a estrada. Além disso, é aí que ganho a grana com que
patrocino meus projetos musicais, de cinema e teatro. Sou um violei-
ro que não distingue lugares ou formatos de show. Com a banda, o
show ganha potência; com o duo, sofisticação; e com voz e violão, um
tipo de intimidade muito bacana. Pra mim tanto faz.
» Fale sobre
Eu quero ser feliz agora
, um de seus hits recentes.
Qual a inspiração para uma letra commensagens tãomotiva-
doras? Por que optou pelo arranjo puxado para o rap?
Foi um sentimento de urgência, uma raiva estúpida do quanto a vida
passa rápido, do quanto somos pequenos. Foi uma reação explosiva ao
quanto tentam, em nome da falsa lógica e do falso juízo, nos limitar,
nos amordaçar. O modo rap serviu para tornar as palavras mais cru-
as, sem o açúcar que a melodia pode ter nela.
» Por que a iniciativa de criar um concurso de vídeos desta
canção? Quem deu o prêmio – você ou algum parceiro?
O objetivo número um era promover o disco, tornar a canção conhecida,
fazê-la se relacionar com outros artistas e fazê-los dar a sua própria
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