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N
ão tem como escapar, o assunto do ano no Brasil é strea-
ming. Não que esse tipo de serviço tenha desembarcado há
pouco tempo por aqui. Se puxarmos o barbante da história,
chegaremos a 2004, quando o YouTube entrou no ar. Mesmo invo-
luntariamente, o site de compartilhamento de vídeos se tornou a
principal forma de consumo de música online.
Para o usuário comum, um mundo novo se abria à sua frente, com
a possibilidade de ouvir praticamente qualquer música do mundo,
com direito a raridades nunca lançadas em formato digital. Bastava
alguém subir esse conteúdo na internet. Para os detentores dos direi-
tos dessas obras, pintou um desespero inicial. Anal de contas, como
eles iriam ganhar dinheiro com essas execuções? Não demorou mui-
to para se criar uma forma de monetização dos vídeos no YouTube
e, enm, as partes envolvidas começaram a faturar.O usuário pagaria
esse conteúdo ao assistir os inevitáveis anúncios.Mais tarde, Univer-
sal, Sony e EMI se juntaram para criar o Vevo, focado em vídeos
musicais, com qualidade de som e imagem acima da média.
A história passou a ganhar outros contornos ainda no nal da úl-
tima década, quando serviços especializados em streaming de músi-
ca paga começaram mostrar suas armas. Apesar de somente a partir
do ano passado esses serviços passarem a rivalizar com lojas virtuais
como o iTunes, eles já estão há muito tempo em operação.ODeezer,
por exemplo, surgiu em 2007, o Spotify em 2008 e o Rdio em 2010.
Desses, o Rdio foi o primeiro a chegar ao Brasil, no m de 2011, em
uma parceria com a operadora Oi.
Em 2013, foi a vez do Deezer iniciar suas operações por aqui e,
no ano passado, chegou o Spotify. Esse último foi o responsável
pelo maior barulho. Dos grandes serviços, era então o único a ofe-
recer um plano gratuito ilimitado, bancado por anúncios entre as
faixas. Para se ter uma ideia, atualmente o serviço (de origem sueca)
contabiliza mais de 75 milhões de assinantes, sendo que 20 milhões
optaram pelo plano pago. Com uma estratégia agressiva, o Spotify
dominou o mercado e se tornou, para muita gente, sinônimo de
streaming. Mas, então, o que as outras empresas poderiam fazer
para competir com o Spotify? É interessante notar que cada um
desses serviços que já estavam no mercado tem buscado uma via
diferente para aumentar sua fatia no bolo.
Novamente, vamos começar pelo YouTube. Com mais de uma
década em operação, ele ainda é o primeiro nome que vem à cabeça
quando se quer ouvir música pela internet. Virou um ¢uxo comum
acessar o site, digitar o que se procura e apertar o botão “Pular Anún-
cio”, para começar a ouvir. Porém, devido ao sucesso dos serviços de
streaming pago, a empresa decidiu criar um sistema similar.
DIVULGAÇÃO
Após longo período de testes,espera-se que o YouTube Music Key
comece a funcionar em setembro, cobrando uma mensalidade de
US$ 9,99 nos EUA (por aqui, o valor não foi denido). O valor e a
proposta são semelhantes aos dos concorrentes.Com conteúdo base-
ado no acervo do próprio YouTube, o novo serviço oferecerá a possi-
bilidade de assistir vídeos musicais sem anúncios, ouvir álbuns intei-
ros e disponibilizar conteúdo o¨ine. Se o usuário não quiser assistir,
pode apenas ouvir as músicas, como faria em qualquer outro player.
CONTEÚDO PRÓPRIO
A Vevo seguiu outro caminho. Ao invés de desenvolver um serviço
pago,preferiu investir em conteúdo diferenciado,através de progra-
mas exclusivos. No Brasil, a plataforma produz mais de dez progra-
mas, incluindo um ao vivo, o
Vevo Sessions
. Nele, Junior Lima rece-
be, quinzenalmente, um artista que interpreta seus sucessos e
interage com os espectadores. Vale ressaltar que a aposta da Vevo
em criar tanto conteúdo próprio por aqui não é a toa. O Brasil é o
país com maior percentual de espectadores de vídeo online no
mundo. Cerca de 86% dos internautas brasileiros assistem vídeos
através da internet. Em três anos no Brasil, a Vevo conta com mais
de 700 milhões de views por mês e, em nível mundial, esse número
ultrapassa os 10 bilhões.
Entre os serviços que já nasceram no streaming de áudio, o Deezer
aparece como o que mais inova emmodelos de negócios.Desde 2014,
a empresa francesa tem fechado parcerias com companhias que atu-
am em diferentes áreas. A ideia é juntar o acervo e o know-how da
plataforma musical com diferenciais oferecidos pelo parceiro. É o
caso daTIMmusic by Deezer.O pagamento pode ser feito através da
própria fatura da TIM no caso de clientes pós-pagos (R$ 9,90/ mês),
ou descontado dos créditos dos clientes pré-pagos ou conta-controle
(R$ 2,90/semana). OTIMmusic by Deezer ainda oferece a possibi-
lidade de ouvir música online sem cobrança pelo uso da rede.
Em agosto, o Deezer fechou outra parceria, dessa vez com o UOL.
Com isso, a Rádio UOL passou a se chamar UOL Música Deezer,
exigindo cadastro dos usuários. Além de oferecer uma melhor quali-
dade sonora, o UOL ainda ampliou seu acervo de centenas de mi-
lhares de músicas para mais de 35 milhões. Ao contrário do Spotify,
que oferece um plano gratuito com anúncios,o UOLMúsica Deezer
manterá sua proposta original: rádio ilimitado, sem qualquer propa-
ganda entre as faixas (para acesso via computadores). A partir da
própria plataforma do UOL Música Deezer, o usuário pode assinar
o plano premium, que dá acesso ao conteúdo através de smartphone,
tablet e a possibilidade de ouvir conteúdo o¨ine.
MUDANDO
PARAMELHOR
SERVIÇOSDESTREAMINGMUDAMSEUS
MODELOSDENEGÓCIOPARASEADAPTAR
ÀREALIDADEDOMERCADOBRASILEIRO