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samba
P
OR
G
USTAVO
G
ODINHO
O
s fãs do tradicional samba carioca estão felizes. Após
longo tempo longe dos estúdios, o Fundo de Quintal
lançou o novo CD de inéditas,
Só felicidade
(LGK/Ra-
dar). O batuque é o mesmo. O diferencial são as letras que er-
tam com uma linguagem mais moderna e "descolada", para
despertar a atenção dos jovens.
Foram quatro anos sem gravar, mas parece que a turma de
Cacique de Ramos acertou a mão no novo álbum. A canção-tí-
tulo já aparece na lista das mais tocadas nas rádios do país. Aliás,
boa parte do repertório fala de festas, alegria e alto astral. “Feliz-
mente temos mercado mesmo sem lançar novos produtos com
frequência. Nosso repertório é vasto e nosso público é el. Fica-
mos longe do estúdio esses quatro anos, mas não paramos de
trabalhar – tanto no Brasil quanto na Europa, onde sempre faze-
mos shows", detalha Bira Presidente, pandeirista e fundador do
grupo. A agenda apertada, porém, não impediu que o projeto do
novo álbum saísse do papel. Durante três meses, Bira, Sereno,
Ubirany, Mário Sérgio, Ronaldinho e Ademir Batera trabalha-
ram duro para deixar o disco com a cara do sexteto.
Pouco tempo depois de surgir para o mercado artístico, através
das rodas de samba realizadas no bairro Cacique de Ramos, su-
búrbio carioca, o Fundo de Quintal rmou-se como o mais im-
portante grupo do gênero do país. E virou cult junto ao público
mais jovem, que prefere consumir música de forma digital. Sere-
no chama atenção para esta renovação natural do público do gru-
po. “Ficamos de olho na linguagem da moçada – na forma como
ela se comunica, nas novas gírias e no que está na moda", arma.
"A partir dessas observações compusemos as letras de
Só felicida-
de
. Acho que nos reinventamos sem deixar de lado o estilo pró-
prio”, conrma Mario Sérgio. Um exemplo é a faixa
Eu quero é
mais
, cuja letra diz “Eu quero um colo para deitar, quero boca pra
SAMBÃO
SEMIDADE
COM37 ANOSDECARREIRA,
FUNDODEQUINTAL
LANÇADISCOCOMLETRAS
"DESCOLADAS", ANGARIANOVOSFÃSEMANTEM INTENSAAGENDADESHOWS
beijar, quero amor no coração; Eu quero lenha para queimar, que-
ro tempo pra gastar, eu quero só empolgação".
Mário Sergio, aliás, está de volta ao Fundo de Quintal. Depois
de uma fase solo, o compositor e multi-instrumentista voltou às
raízes e integra novamente a banda. “Foi uma experiência que
valeu a pena.Mas a volta foi bemmelhor. Eu estava com saudade
dos 'meninos'. A estrada sem eles não tem graça”, diz.
A escolha de
Só felicidade
como single expressa bem o mo-
mento que o grupo está passando, pois exalta a positividade que
um recomeço (ou retomada) deve ter. “O último CD do Fundo,
Nossa verdade
(2011), foi pouco trabalhado na mídia, por diver-
sos motivos. Nesse novo projeto, mudamos a estratégia. Fize-
mos músicas inéditas com temas atuais e reunimos bons parcei-
ros para a divulgação do trabalho”, arma Sereno, outro
fundador do grupo.
ROTINA ÁRDUA
Com média mensal de 20 apresentações, o Fundo de Quintal se
tornou popular também junto à classe A. “Hoje, o rico não tem
mais vergonha de assumir que gosta de samba. Nos locais mais
sosticados, tocamos o mesmo set-list que fazemos na periferia
e o público se diverte, canta do começo ao m”, comemora Bira.
Aliás, a montagem do repertório da nova turnê deu muito traba-
lho para os artistas. Embora tenham sido cobrados por parte dos
fãs a gravar material inédito, o público que vai ao show quer ouvir
os grandes sucessos da banda, como
O show tem que continuar
,
A
batucada dos nossos tantãs
e
Só pra contrariar
. E como são mais de
37 anos de estrada,não faltammegahits.“Por isso,incluímos ape-
nas cinco faixas de
Só Felicidade
no repertório do show. Essa é
uma forma inteligente de mostrar as inéditas sem tornar o es-
petáculo cansativo”, comenta Mário Sergio.
REPERTÓRIOCRIADOCOMBASENA "LINGUAGEM
DAMOÇADA NAFORMACOMOELASECOMUNICA,
NASNOVASGÍRIASENOQUEESTÁNAMODA"
DIVULGAÇÃO
