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Recado
U
ma das notícias mais aguardadas do ano confirmou-se
em setembro e agora começa a ser colocada em prática:
a aprovação pelo CADE (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) da incorporação da EMI Music pela unida-
de brasileira da Universal. Como diz o presidente da Universal
Music, José Eboli, em matéria publicada nas páginas 52 e 53
desta edição, a demora na definição por parte do órgão não só
deixou apreensivos os profissionais que mantinham vínculo com
a EMI Brasil, como prejudicou o setor no que se refere a contra-
tações, renovações de contratos e lançamentos de produtos.
Para se ter uma ideia, na Europa a incorporação foi aprova-
da há dois anos. Por aqui, a EMI vinha trabalhando em com-
passo de espera. Sofria restrições em relação a investimentos
em novos produtos e com a suspensão nas contratações e re-
novações de contratos – de exclusividade, parceria ou distri-
buição. A unidade brasileira, que durante 30 anos revelou ar-
tistas importantes de gêneros variados (Legião Urbana,
Paralamas, Marisa Monte, Exaltasamba, Jorge Vercilo, Char-
lie Brown Jr. e Diogo Nogueira, entre tantos outros) e dispu-
tou em alguns momentos a liderança em vendas, só contava
com dois nomes exclusivos sob seu guarda-chuva, com contra-
tos vigentes: Diogo Nogueira e Marcelo D2.
Para o bem do mercado, Eboli anuncia na matéria que, no
Brasil, a EMI Music (agora EMI Records) atuará de forma
mais ou menos independente – seguindo o modelo praticado
nas outras praças do mundo onde houve a incorporação. Isto é,
com operação própria mas trabalhando em sinergia com a Uni-
versal Group. Tanto que executivos importantes vinculados à
EMI, como os gerentes Victor Kelly (Artístico), José Peña (Mí-
dias Digitais) e Ana Tranjan (Business Affair) foram mantidos
na incorporação. Segundo José Eboli, o objetivo para o início de
comumpoucodeatraso
2014 é fechar contrato com alguns artistas – consagrados ou
emergentes – de diferentes estilos.
PEC DA MÚSICA –
Assim como o caso EMI/CADE, tam-
bém em setembro teve conclusão outra questão que vinha se ar-
rastando e prejudicando o mercado da música. O Congresso
Nacional aprovou o Proposta de Emenda Constitucional que, se
não tivesse levado tempo para ser colocada em votação, poderia
ter minimizado as últimas crises da indústria fonográfica por
aqui. A PEC da Música, que isenta de tributos a comercialização
física e digital de música, estava em discussão desde 2007. Ainda
que artistas e entidades de classe tenham se mobilizado para pres-
sionar deputados e senadores no período, a votação da matéria
acabou protelada inúmeras vezes por conta do corporativismo
dos parlamentares do estado do Amazonas (onde estão as prin-
cipais fábricas de CDs/DVDs).
A indústria e o comércio varejista ainda estão assimilando as
mudanças no sistema de tributação da música para, na sequência,
se posicionar com relação ao percentual a ser repassado ao consu-
midor final.Como se sabe, a indústria no geral estava trabalhando
com margens reduzidas e, agora, pode aproveitar esse benefício
para ajustar suas planilhas. Em matéria publicada na página 64, o
autor da proposta, deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), afirma es-
perar que o consumidor final seja contemplado. “A medida foi
pensada para diminuir a pirataria e o preço para os amantes de
música. Se beneficiar apenas a indústria, não vai fazer sentido a
aplicação da PEC", avalia ele sobre seu projeto, que propõe baixar
o valor dos itens físicos e digitais em 30%, em média.
Gilmar Laurindo e TomGomes
ANO 18 • Nº 154 • NOvembrO/dezembrO 2013
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EDITORAESPETÁCULOLTDA• ISSN1415-5508
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