SUCESSO#152 - page 8

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CINEMA
P
OR
H
ELDER
M
ALDONADO
D
epois que o lme
Cazu-
za - O tempo não para
foi
lançado nos cinemas, em
2004, o novo e rentável segmento
das cinebiogra as musicais come-
çou a se consolidar no Brasil. Um
ano depois saiu
Dois lhos de
Francisco
, que conta a história de
Zezé Di Camargo & Luciano. O
lme, que atingiu uma das maio-
res bilheterias do cinema nacional
em todos os tempos, apenas com-
provou o que Cazuza já indicava:
fãs de música tinham interesse em
ver as histórias de seus ídolos sen-
do contadas na telona.
A indústria musical no geral
também passou a se bene ciar
dos êxitos dos lmes. A partir de
então, todo lançamento do tipo
sai com um case que muitas vezes
inclui relançamento da discogra-
a, boxes especiais e criação de
produtos relacionados à banda ou
artista. Além de gerar lucro às
produtoras, impulsiona as vendas nas gravadoras e cria deman-
da para turnês de retorno ou comemorativas.
Por conta desse panorama extremamente favorável, nos últi-
mos anos novas "cinebios" de artistas de diversos segmentos têm
sido lançadas. Uma das mais relevantes foi a que resgatou a vida
e a obra do Rei do Baião,
Gonzaga – De pai pra lho
, que inclusi-
ve foi exibida como série na TV Globo. E em 2013 o cinema
nacional teve mais um grande êxito com lme do tipo.
Somos tão
jovens
, que conta a história de Renato Russo antes de formar a
Legião Urbana, estreou em 560 salas, sendo 111 somente na re-
gião metropolitana de São Paulo. Só no primeiro m de semana
de exibição, levou quase 500 mil espectadores às salas, arrecadan-
do R$ 5, 5 milhões. O lme é até agora a melhor estreia de 2013,
e a sexta melhor desde a chamada “retomada”do cinema nacional,
com o lme
Carlota Joaquina – A princesa do Brasil
(1995).
Faroeste Caboclo
, baseado emmúsica da banda, estreou poucas
semanas depois de
Somos tão jovens
. E o público mais uma vez
demonstrou entusiasmo com a Legião Urbana, pois a produção
foi um novo destaque nas salas de cinema. Em menos de um
mês de exibição, atraiu ummilhão de espectadores. Para Rober-
to Sadovski, crítico de cinema com coluna no portal UOL, esse
é um fenômeno que só se mantém se os artistas retratados con-
tinuarem sendo interessantes e os lmes, produções de boa qua-
lidade. “Claro que o apelo popular ajuda. Mas sem um bom
MOMENTOde
cinebiografias
LANÇAMENTOSRECENTES EOUTROSPROGRAMADOSPARA 2014 LEVAM
PARAAS TELONASHISTÓRIASDEGRANDES ÍCONESDAMÚSICABRASILEIRA
lme, não adianta muita coisa.
Dois lhos de Francisco
, por exem-
plo, é um ótimo lme e ótimo drama.Mas nem toda história de
vida dá um bom lme, nem toda biogra a se traduz bem em
cinema. Com o sucesso de
Somos tão jovens
, é natural que outras
'cinebios' sigam o mesmo caminho”, declara Sadovski.
TIMMAIA
Para os próximos meses, estão previstas novas produções com o
mesmo tema.Uma das mais aguardadas é a que levará às telonas
a polêmica vida e carreira de TimMaia. Baseada no livro
O peso
e a fúria de TimMaia
, escrita por Nelson Motta, o lme prome-
te ser um dos menos chapas-brancas da história de nosso cine-
ma. Isso porque, apesar de alguns erros históricos, esse livro não
esconde os vícios de Tim (em drogas lícitas e ilícitas, além de
comida) e muito menos suas mancadas, como faltar a shows e
não ter papas na língua nem quando o assunto era seu sobrinho,
Ed Motta.“O grande problema das biogra as é quando elas são
aprovadas por família e amigos. Quando há uma certa reverên-
cia vigiada, é difícil revelar os seres humanos por trás dos mitos.
Eu pre ro, sempre, uma bio completamente independente.
Ainda não alcançamos esse ponto no Brasil. Mas acho que va-
mos chegar lá”, comenta Sadvski.
Previsto para 2014, a cinebiogra a de Tim Maia já tem elen-
co de nido.Dirigido por Mauro Lima (
Meu nome não é Johnny
),
POSTERSDE
SOMOSTÃOJOVENS
E
FAROESTECABOCLO
FILMESBASEADOSNAOBRADERENATORUSSOLIDERAM
BILHETERIASENTREOSLANÇAMENTOSNACIONAIS
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