SUCESSO#162 - page 32

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funk
P
OR
G
USTAVO
G
ODINHO
L
ançada no mercado em 2010 com
Valeu amigo
, a dupla
Pikeno e Menor transformou-se musicalmente no de-
correr da carreira. As mudanças podem ser notadas nos
arranjos dos singles virtuais divulgados desde então. Se num
primeiro momento ela gravava apenas batidão, ao longo do
tempo aprendeu a aceitar elementos pop e deixar suas músicas
comercialmente viáveis. E foi isso que colocou os funkeiros na
vanguarda do estilo em São Paulo. “Nunca tivemos preconceito
com outros gêneros. Cantamos funk, mas ouvimos sertanejo,
eletrônico, rap e samba. Essas influências ajudaram a melhorar
o nosso som”, comenta Menor.
A explosão da dupla aconteceu em 2013, com o megahit
Toda toda
, gravada posteriormente por Lucas Lucco. “Na época,
o Sorocaba (que faz dupla com Fernando) me ligou e pediu au-
torização para o Lucas gravar a faixa. Na hora eu comemorei,
porque estava certo que ela se tornaria hit”, conta Menor, o autor
da faixa. O funkeiro tinha razão, já
que a versão de Lucas Lucco
bombou nas rádios e aguçou
nos programadores a curiosi-
dade em conhecer a versão
original, alavancando a execu-
ção da gravação da dupla.Mas
a consolidação de Pikeno e
Menor veio mesmo em 2014,
com
Carimba que é top
. A músi-
ca foi uma das mais vendidas no
DUPLA
DEVANGUARDA
aCoSTuMaDoSa iRCoNTRaaSMoDaSFuNKEiRaS,
PIKENOEMENOR
laNçaM
FuNKCoM iNFluÊNCiaSDEaXÉESEPREPaRaMPaRagRavaRoPRiMEiRoDvD
Divulgação
iTunes e tocou de Norte a Sul. “Nossos fãs adoraram a letra, que
exalta as qualidades da mulher. Os arranjos também lembram
bastante o funk melody do Rio”, detalha Pikeno.
Neste ano, os funkeiros lançaram uma música completamente
inusitada.
Amiga parceira
foi criada para ser hit do carnaval e, de
fato, bombou no período. Os arranjos apresentam bastante per-
cussão e trazem diversas referências do funk rasteiro, subgênero
pouco ouvido entre os MCs de São Paulo. “Colocamos caixa,
bumbo, chimbau, pandeiro e outros instrumentos de percussão.
Porém, nos preocupamos em manter proximidade com o funk
propriamente dito, que é a nossa raiz. Os fãs entenderam a mu-
dança no som e a faixa foi sucesso no carnaval”, avalia Pikeno.
“Sempre vamos na contramão do movimento. Se um estilo de
funk está em alta, focamos outras vertentes, buscamos diferen-
ciais. E isso tem dado certo, já que diversos funkeiros se dizem
influenciados por nossos trabalhos”, completa Menor.
Lucas Lucco dividirá os vocais com os MCs em
Amiga parcei-
ra
. “Ele nos convidou pra participar da gravação de
Toda toda
, o
que nos aproximou do mundo sertanejo, abrindo diversas portas.
Agora resolvemos trazer Lucas pro lado do funk. Ele adorou a
ideia e o resultado ficará maravilhoso. É claro que em seus shows
ele poderá tocar a música com o arranjo que quiser.Mas será um
barato ver o Luccas cantando funk com a gente”, conta Menor.
› FUNK E RODEIO
A aproximação com Lucas Lucco foi fundamental para que os
MCs ingressassem no mercado sertanejo. No ano passado, eles
se apresentaram nas festas de peão de Barretos e Americana e
a receptividade do público foi ótima. “Nosso escritório (Máxi-
mo Produtora) encomendou uma pesquisa para saber se éramos
bem aceitos nesse tipo de evento e o resultado foi muito bom.
Em 2015, queremos ocupar boa parte de nossa agenda com
festas e feiras rurais”, conta Pikeno.
Enquanto isso não se concretiza, a dupla segue
com uma agenda de 20 shows mensais. E,
como é tendência entre os funkeiros, 60%
deles em espaços classe A. Graças ao
flerte com o pop, Pikeno & Menor
motivaram casas como Club A e
Disco a apostar no potencial do
funk em sua versão paulistana.
“Antigamente, só artistas do
Rio de Janeiro tinham passe
livre nessas baladas. Hoje,
além de MC Catra, Bu-
checha, Naldo e Lud-
milla, os contratantes
chamam tambémMC
Lon, Guimê e, claro,
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