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DadoVilla-Lobos é um dos guitarristas nacionais quemais
inspiramosmúsicos em iníciode carreira.Ao invés de explorar
riffs rebuscados, ele desenvolveu estilo próprio, cuja principal
característica é a criatividade. Grande parte das canções que
compõem a discografia do Legião Urbana foram feitas com
arranjos de três ouquatro acordes.“Quando tentamme atingir
com amáxima de que toco acordes simples, sempre rebato di-
zendo que na música omais difícil é transformar três acordes
emhit.Enisso oLegiãoUrbana foi hors concours”,desafia.
Segundo levantamentodaCrowley,o rocknacional está entre
os gêneros quemais perderam espaço nas rádios doBrasil. Isso,
obviamente,temafetadograndes artistas eDadonãoficade fora
dessaseara.Eleanalisa:"esse fenômenoestáacontecendonãopor
culpa do desinteresse dos jovens pelo gênero e simpor conta de
um período de transição na música como um todo. Amúsica
popular de modo geral vive um certo esgotamento. Faz tempo
quenão surge um artista interessantenomercado”.
Mas Dado tem esperança numa virada de mesa, para que o
rock nacional volte a figurar entre os estilos mais populares do
país. Para ele, os concert promoters e casas de shows poderiam
entrarnessacruzada."Tenhomeapresentadocom frequênciaem
cidades de SãoPaulo,MinasGerais eRio de Janeiro e asseguro
que a estrutura em geral ainda é muito fraca. Faltam espaços
decentes como estímulo para uma pessoa sair de casa, assistir a
um showde rock e se surpreender comoque viu e ouviu”.
Mas,desistir,nunca!Esse é o lemaque levaDado a seguir em
frente, lançando novos projetos – físicos ou não. “Eu gosto é da
água e nãoda garrafa.Oque vale é o conteúdodoprojeto e não
o formatodamídia”, afirma.O artista sacouperfeitamente a jo-
gadado“novo”mercadomusical eémaisumque se tornouadep-
todomundodigital e,consequentemente,das redes sociais.
Se no rock a coisa está embolada nomeio de campo, no ci-
nemaDado continua fazendo seus gols de placa.Ele é um dos
músicosmais bem cotados doBrasil quando o assunto é com-
posiçãode trilhas sonoras. Jámusicounove longas (entre eles
O
homemdo ano
e
Buffo&Spallanzani
),umdocumentário e uma
minissérie (
Mandrake
).
Ainda falandoemcinema,é semprebomconversar comDado
sobre o filme
Somos tão jovens
, que mostra a cena roqueira de
Brasílianadécadade80,quando,alémdoLegiãoUrbana,surgiu
também aPlebeRude eoCapital Inicial.“Ofilme retratoubem
a cidade, a turma e toda a história. Porémme incomodou um
poucoo apelo infanto-juvenil exagerado.Mas a interpretaçãodo
ThiagoMendonça foi realmente impressionante”,analisa.
Pouca gente sabe,mas em
Somos tão jovens
,DadoVilla-Lo-
bos foi interpretado pelo próprio filho, o ator Nicolau Villa-
-Lobos. E o músico assume que, ao assistir ao longa, experi-
mentou uma das sensações mais estranhas de sua vida. “Meu
filho adorou todo o processo.Na ocasião, ele estudavaCinema
e foi uma grande passagem na vida dele. Para mim, foi meio
surreal.Senti algode sobrenatural que não sei explicar”.
Fora todas essas frentes,Dado Villa-Lobos ainda consegue
um tempo para, junto com outros grandes nomes da música,
participar de uma banda cover dos Beatles.A gig reúne Limi-
nha, João Barone, Toni Platão, Leoni e outros convidados e
realiza eventos corporativos em todo oBrasil.
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