Página 65 - SUCESSO#148

Versão HTML básica

65
FENÔMENO
P
OR
H
ELDER
M
ALDONADO
www.portalsucesso.com.br
SUÍNGUE
GOSPEL
INVESTINDOEMREPERTÓRIO INFLUENCIADOPORSOUL, JAZZ, FUNKEROCK,
CANTORECOMPOSITOR
THALLES
VIVEMELHORMOMENTODACARREIRA
T
im Maia, Hyldon, Cassiano e Gerson King Combo fo-
ram os primeiros artistas a introduzir a black music na
cultura nacional, entre as décadas de 60 e 70.Nos últimos
anos,porém,poucos nomes de expressão na mídia apostaramnes-
se segmento musical. A exceção, talvez, seja Seu Jorge. Descon-
tente com esse cenário, o cantor gospel ‰alles tem tentado res-
gatar amúsica negra.Dono de uma voz potente e autor de canções
dançantes regravadas por gente como Luciana Mello, Karameta-
de e o próprio Seu Jorge, ele faz um tipo de som que bebe direta-
mente nos gêneros afros norte-americanos. Funk, soul, jazz, rock,
blues, r'n'b, rock e, é claro, gospel fazem parte do molho negro que
tempera o som de‰alles. "Desde a infância, esses são os gêneros
que mais ouço. Resolvi investir na gravação de projetos nesses
moldes e tem dado certo", comenta o artista.
Na real, a a˜rmação de ‰alles é até certo ponto modesta.
Não tem "apenas" dado certo. O direcionamento que o artista
escolheu para sua carreira criou o maior case de sucesso do
gospel nacional nos últimos anos. Desde que lançou o projeto
Ao vivo - Uma história escrita pelo dedo de Deus
, em 2011,‰alles
se transformou no artista com maior cachê no segmento e ain-
da teve a capacidade de vender mais de 150 mil cópias do DVD
e 200 mil do CD (ambos duplos). "Fiquei espantado com as
marcas. Sinal de que minha base de fãs é ˜el e adorou o reper-
tório autoral escolhido", comenta o cantor.
Em seus shows,‰alles atrai não só o público evangélico. Jo-
gadores de futebol, artistas de TV e o público secular aparecem
para prestigiar o cantor e dançar muito na pista. Seus shows lem-
bram os antigos bailes black da S.E. Palmeiras, em São
Paulo. A imagem que essa citação cria pode até pare-
cer exagerada em se tratando de um artista gospel.
Mas ‰alles explica o motivo dessa reação do
público com naturalidade. "Faço um som groo-
veado, cheio de suingue. Estranho seria se as
pessoas ˜cassem paradas nas apresentações.
Costumo dizer para o meu público dançar de
forma não religiosa mesmo. Posso até ser critica-
do por isso, mas não vejo outra forma de curtir
minha música", de˜ne ‰alles.
Hoje, o cantor tem uma agenda repleta de
shows em igrejas, festas agropecuárias,
exposições, prefeituras e casas de
espetáculo. Por mês, são cerca de
20 apresentações. Se desloca a
bordo de avião particular. Até no
exterior tem marcado presença.
"Recentemente, realizei quatro
shows nos Estados Unidos, em ca-
sas de música negra. Com essa
oportunidade, fui o primeiro artista
religioso brasileiro a me apresentar no exterior cobrando ingres-
so. E o melhor: consegui encher as casas", comemora ‰alles.
Esse primeiro contato com os EUA serviu também para‰al-
les programar a gravação do próximo disco em um estúdio norte-
-americano. Segundo o cantor, o ambiente é ideal, já que o país
conta com os melhores pro˜ssionais com know how para produ-
zir discos de música negra. "Esse novo trabalho está sendo pro-
duzido por Sebastian Krys, que já trabalhou com nomes como
Ricky Martin,‰e Black Eyed Peas eWill Smith. Estamos ˜na-
lizando o disco no estúdio Sonic Temple, na Califórnia. O lan-
çamento está previsto para março de 2013", explica ‰alles.
Em paralelo à música, o cantor está prestes a lançar sua grife,
TR3. A ideia surgiu inspirada pela loja de André Valadão, que
comercializa roupas e acessórios com a marca do cantor. "Por
enquanto, as vendas acontecerão apenas pela internet.Mas que-
ro em breve abrir uma loja física", adianta ‰alles.
UMA TRAJETÓRIA PECULIAR
Apesar de ter apenas quatro projetos lançados, ‰alles trabalha
como músico desde a adolescência. Antes de se dedicar integral-
mente à música gospel, foi backing vocal do Jota Quest (quatro
anos) e do Asa de Águia (um ano e meio).Ele reconhece que esse
período foi de grande aprendizado pro˜ssional,mas lamenta que
nessa época esteve afastado da igreja e da família. "Me envolvi
com vícios típicos da noite e segui por um caminho que me trazia
muita infelicidade. Sou amigo e grato a todos os artistas que me
ofereceram trabalho naquele período, mas me arrependo de ter
tomado certas atitudes", lamenta o cantor.
Quando retornou ao segmento gospel,‰alles gra-
vou os projetos
Na sala do Pai
(2009),
Raízes
(2010),
Uma história escrita pelo dedo de Deus
(2011) e
Raí-
zes 2
(2012). Em breve, ele emplacará sua primei-
ra trilha no cinema – a música
Maravilha
, no ˜l-
me
Três histórias
. Com estreia marcada para o dia
2 de novembro, o ˜lme é baseado no livro homô-
nimo escrito pelo Missionário R. R. Soares e lan-
çado em 2004 pela Graça Editorial. A música foi
escrita especialmente para a película e as cenas do
clipe foram gravadas em Teresópolis, re-
gião serrana do Rio. Com direção de
PC Junior, o clipe de
Maravilha
mescla essas imagens do cantor
com cenas do ˜lme.
MARCUSCASTRO
THALLES
MAIORCACHÊDOSEGMENTOGOSPEL,
ARTISTAFAZCERCADE20SHOWSPOR
MÊSELOTASUASAPRESENTAÇÕES