Página 60 - SUCESSO#148

Versão HTML básica

60
FUNK
P
OR
H
ELDER
M
ALDONADO
www.portalsucesso.com.br
N
a infância e adolescência, Anitta era sensação nos even-
tos onde era convidada a se apresentar. Bem a nada,
seguiu esse caminho por in uência familiar. "Meu avô
tocava na banda da igreja e me levou pra lá. Comecei muito no-
vinha, com sete anos.Essa experiência acabou sendo um exercício
que me aprimorou como cantora", avalia Anitta.
E, assim, essa moça de família seguiu até os 17 anos. Prestes
a completar a maioridade, Anitta resolveu que era o momento
de dar uma reviravolta em sua vida e carreira. Foi quando desis-
tiu do segmento católico, abandonou o emprego em uma mine-
radora e resolveu investir no funk carioca. "Por incrível que
pareça, meus familiares me apoiaram muito nessa decisão. Eu
sempre tive personalidade forte. Gostava de fazer arte, de cha-
mar atenção, entreter as pessoas. Todos que conviviam comigo
esperavam que eu me pro ssionalizasse como artista, escolhen-
do um caminho no mercado da música", con dencia.
O início de sua carreira no funk também está longe de ser
convencional. Anitta não surgiu nos bailes ou comunidades. O
veículo que impulsionou seu êxito inicial foi a internet.Após gra-
var um vídeo, foi descoberta por um produtor, que resolveu inves-
tir na sua carreira. "Na sequência, vieram
Eu vou car
e
Proposta
,
que se tornaram hits nas rádios do Rio", relembra.
Desde que "abraçou" o funk, Anitta tem investido num traba-
lho diferenciado. Suas apresentações são realizadas ao lado de
duas dançarinas de styletto (modalidade na qual Beyoncé é espe-
cialista), e o repertório não se restringe ao funk carioca. "Tenho
uma extensão vocal boa e aproveito para interpretar músicas de
artistas estrangeiras, como a própria Beyoncé, Rihanna, Shakira
e Lady Gaga. Já até pensei em gravar músicas in uenciadas pelo
r'n'b, mas acredito que o meu público ainda não esteja preparado
para essa mudança radical", con rma.
E como todos os "operários do funk", Anitta enfrenta verda-
deiras batalhas nos ns de semana para realizar seus shows. São
cerca de três apresentações em cada madrugada. "Terminamos
um show, pegamos os equipamentos, entramos na van e nos
BATIDÃO
FEMININO
SENSAÇÃODOFUNK,
ANITTA
REVELAQUEJÁFOI CANTORADEMÚSICA
CATÓLICAEMEVENTOSRELIGIOSOS, CASAMENTOSEBATIZADOS
ANITTA
"FUNKESTÁMENOSAPELATIVO
EMAISPROFISSIONALIZADO"
mandamos para outra balada. É preciso
muito fôlego", explica Anitta, que cons-
tantemente também realiza apresenta-
ções fora do seu estado natal.
DIREITOS IGUAIS
Anitta faz parte de uma nova sa-
fra de artistas femininas que
tem aparecido no funk carioca.
Esse gênero, tradicionalmen-
te composto por artistas do
sexo masculino com discur-
so de teor machista e misó-
gino, tem vivido uma
grande transformação. Os
novos representantes do
segmento estão deixando
os temas apelativos de lado.
A preocupação é tranfor-
mar o gênero em produto de
consumo entre todas as faixas
etárias e classes sociais. "Temos
um bom número de meninas
representando o ritmo hoje em
dia. O fato de o funk estar em as-
censão, atingindo classes econô-
micas superiores, in uencia os
cantores a fazer um trabalho mais
pro ssional, com sonoridade apu-
rada e conteúdo menos apelativo.
Hoje em dia, não existe festa sem a
presença do funk. A batida é envol-
vente e já faz parte da nossa cultura. O
brasileiro está começando a apreciá-lo
com respeito", acredita Anitta.
DIVULGAÇÃO