Página 49 - SUCESSO #145

Versão HTML básica

49
Classe
E
m março último foi empossada, em São Paulo, a nova
diretoria da Associação Brasileira de Música Indepen-
dente (ABMI).Thomas Roth (Lua Music) foi eleito pre-
sidente, tendo como vice Wilson Souto (Atração Fonográfica).
ntre as principais plataformas da nova diretoria estão a recon-
quista de sócios dissidentes e a prospecção de novos associados.
Logo nas primeiras plenárias entre a chapa vencedora e
membros votantes, ficou decidido que seria de extrema impor-
tância a criação de um cargo remunerado de diretor executivo
da entidade. E, para assumir essa tarefa, ninguém melhor que a
ex-presidente da ABMI, Luciana Pegorer (Delira Music). “A
gestão da Luciana serviu para deixar transparentes todas as ati-
vidades e decisões da ABMI. Ela organizou tudo e hoje sabe-
mos com clareza o que temos, o que precisamos, quantos e
quem somos. A Luciana conseguiu colocar ordem na casa, por
isso, nada mais justo do que ela assumir esse cargo e, junto com
a nova plataforma, dar continuidade na política que ela criou há
dois anos”, conta Thomas.
O fato do cargo ser remunerado é justificado de forma clara
pelo presidente. “Luciana terá muitas ocupações à frente do cargo,
e consequentemente ficará com menos tempo para administrar a
própria gravadora. Entretanto, não podíamos prescindir dela nes-
ABMI
temnova
diretoria
ThoMAsRoTh
assumepresidênCiadaentidadeeprometeatuarpelo
aumentodosassoCiadosepelapromoçãodosselosnoexterior
GustavoGodinho
LucIAnAPegoReReThoMAsRoTh
exeatualpresidentedaaBMi;naprática, osdoiscoMandarão
aentidade, poiselapassouaocuparadiretoriaexecutiva
se momento.Então propusemos um cargo remunerado emque ela
daria continuidade ao trabalho iniciado em sua gestão e montarí-
amos um conselho diretor forte. Caberá à Luciana propor as
pautas, debater com o conselho diretor e na sequência executar o
que for deliberado”, relata.
Thomas aposta que sua figura pública ajudará a promover a
ABMI. "A entidade, através do esforço de alguns abnegados, tem
alcançado vitórias importantes.Mas quero aproveitar minha visi-
bilidade para explicar aos selos e gravadoras independentes que a
ABMI pode trazer respostas a muitas de suas necessidades.
Quanto mais forte for a ABMI, melhores serão as condições de
negociação, maiores serão as oportunidades. As pessoas precisam
entender que a ABMI abriga empresas com visões, práticas e atu-
ações diversas. Temos um grande número de selos e gravadoras
cujos proprietários são os próprios artistas. E temos empresas que
são sócias dos artistas, não apenas na confecção de CDs, DVDs,
mas nos shows, na administração de suas carreiras”, detalha.
› nÚMeRos e MeTAs
Atualmente há aproximadamente 100 selos associados à ABMI,
mas a ideia da cúpula é fazer esse número aumentar considera-
velmente. Segundo recente levantamento feito pela entidade, há
por volta de 340 gravadoras no Brasil, que representam em torno
de 5800 artistas. “Mas eu, pessoalmente, estimo que existam 600
empresas, entre selos e gravadoras – e a nossa ideia é seduzir o
máximo possível delas. Nessa nova gestão ofereceremos oportu-
nidades efetivas de crescimento, inserção no cenário internacio-
nal e, com a ajuda de associados, alavancaremos a distribuição e
divulgação”, contaThomas. É importante frisar que a ABMI tem
sido procurada por players nacionais e internacionais para nego-
ciar um conceito coletivo de inserção na mídia. “O iTunes é o
maior exemplo disso. A Apple não quer negociar selo a selo a
inserção de músicas em sua loja virtual”, complementa.
Mais: a ABMI começa ativar sua atuação no exterior. Segundo
Thomas, a entidade tem participado de todas as principais feiras
de negócios que acontecem fora do Brasil. “Nos tornamos signa-
tários do Merlin e da Win, duas entidades internacionais de gra-
vadoras independentes. Iremos atuar como representantes dos
nossos associados junto às sociedades coletoras de direitos no
exterior, com o intuito de resgatar valores arrecadados que, por
inúmeras razões, não estão chegando aos seus proprietários no
Brasil. A música brasileira continua tendo um apelo muito forte
no mundo todo. Além disso, agora que o Brasil é a bola da vez,
com toda essa 'onda positiva' a nosso favor (também na área da
música), tem muita gente, lá fora, olhando para o nosso mercado,
em busca de parceiras e de conteúdo. A venda física pode até estar
em queda, mas se avolumam os negócios e possibilidades em ou-
tras direções. Não podemos, não queremos e não vamos ficar de
fora", conclui Thomas. (P
or
G
ustavo
G
odinho
)