Página 48 - SUCESSO #144

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especial
O
músico e produtor Thomaz Roth é conhecido das novas
gerações por atuar como jurado em programa de tevê,
como faz atualmente em
Astros
(SBT). Mas ele está na
música desde o início dos anos 70. Compôs vários clássicos da
MPB (a maioria com Luis Guedes), casos de
Milagre da canção,
Cachoeira, Ela sabe demais
,
Chuva de vento
,
Nova estação
e
Quero
(estas duas últimas, gravadas por Elis Regina). É também funda-
dor da produtora de trilhas publicitárias Lua Nova e da gravadora
Lua Music – pela qual lançou mais de 400 discos, de artistas como
Cauby Peixoto,Wanderléa, Alaíde Costa e Jards Macalé.
Em 2012, Thomaz Roth jura de pé junto que vai lançar seu
primeiro CD solo, protelado desde o início da década passada.
Na entrevista a seguir, multiprofissional fala deste projeto e de
outros temas. Confira:
» SUCESSO! - Como você viu a entrada do iTunes Store no
Brasil e todo o processo de virtualização da música?
Thomas Roth -
Para ser sincero, não acredito em lojas que vendam
música no formato digital. Isso já está obsoleto. Não existe mais mo-
tivo para as pessoas utilizarem a memória de seu computador ou ce-
lular para armazenar música. Hoje, os serviços de streaming e cloud
substituem essa prática. Além disso, o iTunes chegou tarde no Brasil,
graças à visão antiquada das editoras. Já havíamos percebido isso com
o iMusica, que durante anos encontrou muita dificuldade para dispo-
nibilizar as músicas para seus assinantes.
» Você fez história dentro da música publicitária. Qual seu
case de maior sucesso?
Eu realmente participei de muitos projetos de sucesso. Mas a propa-
ganda está tão efêmera que fica difícil falar. Já fiz quase 10 mil fono-
gramas ao longo de 38 anos de música publicitária. Para citar apenas
um, fui, junto com Woody Gebara e Waldir Costa, responsável pela
criação do personagem Sebastian (C&A). Nos inspiramos no filme
Irmãos cara de pau
(
Blue Brothers
– 1980) e no cantor Cab Callo-
way, com seu timbre peculiar. A propaganda e o personagem foram
extremamente marcantes e ficaram mais de dez anos no ar. Eu lem-
bro do meu primeiro jingle mas não lembro do último. De uma forma
louca, passei a adotar uma limpeza cerebral. Faço a peça publicitária
e limpo a cabeça. Não tem mais espaço para tanta memória (risos).
Semanalmente, faço de dois a três jingles.
»Thomas, e seu CD, sai ou não sai?
Eu montei a gravadora Lua Music para lançar esse projeto. Porém,
começou a pintar tanto produto bom para lançar que fui deixando
meu CD para depois. Em 14 anos de gravadora, já lancei discos do
Casquinha da Portela, Guilherme de Brito da Mangueira, Jards
Macalé e dois trabalhos recentes que foram muito especiais: um disco
em comemoração aos 60 anos de carreira de Angela Maria e o box
O
Mito
, de Cauby Peixoto. Porém, acho que o "mito" mesmo é o meu CD.
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divulGação
» Será que ele chega ao mercado em 2012?
Sim! Provavelmente no segundo semestre. Ele se chamará
Mulheres,
homens e sonhos
e já tem duas canções gravadas. Preciso ainda
decidir quais serão as outras que irão entrar, já que tenho a opção de
escolher entre 60 músicas. Mas ele sairá, sim, porque preciso registrar
minha fase mais melancólica e soturna. Atualmente estou compondo
coisas mais solares. São as duas metades da minha alma. As músicas
terão uma levada meio Jack Johnson e James Taylor. Canções pop,
misturadas com MPB, mas todas cantadas em português.
» Como é participar novamente do
Astros
(SBT)?
É bem divertido. Tirando a parte da bizarrice, é muito gratificante.
Quanto aos artistas escrachados que pintam por lá, a produção tem
que colocar no ar porque precisamos refletir o que ocorre em todo o
Brasil em termos de manifestações. Muitos, apesar de não terem ta-
lento, são engraçados. E a volta do
Astros
prova que programa mu-
sical na TV funciona, sim. Colocamos todos os estilos no programa,
desde rock até samba. É bom poder mostrar para o brasileiro que exis-
tem diversos gêneros musicais. E todo mundo que passou por lá con-
seguiu aumentar o valor do cachê, mesmo que não tenha chegado à fase
final ou vencido o programa (risos).
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