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Apesar da proximidade com a organização do festival,Mazzo-
la afirma que há muita burocracia para conseguir autorização para
o lançamento desses produtos.Afinal, cada artista pertence a uma
gravadora e editora diferentes. Sendo assim, a MZA tem a traba-
lhosa missão de conseguir as autorizações para licenciar os shows.
"São muitas pessoas envolvidas e muitos direitos de imagens a
serem pagos, bem como a autorização por parte dos artistas e suas
respectivas gravadoras. Mas o resultado é satisfatório, já que o
lançamento desses shows no formato físico é uma ação de caráter
histórico", conclui Mazzola.
› EXPANSÃO
Assim com as majors, a MZA está começando a atuar com
agenciamento artístico, consultoria, e em outras áreas ligadas
ao gerenciamento de carreiras. Através da Double Z, a MZA
já faz agenciamento e organização de eventos. Mas o propósi-
to desse braço da empresa é buscar formas de resgatar o inves-
timento realizado na criação ou lançamento de um novo pro-
jeto artístico. "Para criar um case de sucesso, o investimento é
alto. E não dá para depender apenas da venda de discos. Por
isso, criamos essa agência para buscar patrocínio junto à incia-
tiva privada e empresas públicas. Começaremos a prospectar
os patrocinadores assim que tivermos um artista novo no cast",
anuncia Mazzola.
Além disso, a empresa tem atuado com consultoria artística. A
análise abrange desde o conteúdo musical à concepção de capas
de produtos. "O material do interessado é avaliado pessoalmente
por mim – tanto a parte musical como a de marketing", resume
Mazzola. Em contraponto a essa consultoria física, a MZA im-
plantará em 2013 o programa Web Talentos, que, como o nome
já diz, pretende encontrar novos talentos por meio da internet.
› PRODUTORHISTÓRICO
Mazzola iniciou sua carreira profissional na PolyGram (hoje
Universal), onde trabalhou durante 16 anos. Foi diretor artísti-
co da Warner, da CBS e da Sony. Em 1996, criou a MZA Mu-
sic, direcionada ao lançamento de novos artistas e à realização
de projetos especiais ligados à música popular brasileira. Ao
longo de sua trajetória, assinou a produção musical de discos de
vários artistas brasileiros, como Gal Costa, João Bosco, Milton
Nascimento,Ney Matogrosso,Djavan,Gilberto Gil,Chico Bu-
arque, Simone, Elis Regina, Caetano Veloso, Banda Eva, RPM,
Ivete Sangalo, Elba Ramalho e Emílio Santiago, entre outros.
Atuou também no mercado internacional, com destaque para
as seguintes produções: o álbum de Paul Simon com o Olodum,
Rhythm of the saints
, que vendeu sete milhões de cópias; a faixa
(co-produzida com Phill Ramone)
I’ve got the world on a string,
do disco
Duets
(1993), de Frank Sinatra, com parceria de Lisa
Minelli; duas faixas do CD
Brazil
, do grupo Manhattan Trans-
fer (contemplado com o Prêmio GRAMMY de 1989, na cate-
goria Melhor Disco); e o CD
Amaury Gutierrez
(1999), disco
de estreia do cantor cubano.
Além disso, colaborou com Quincy Jones no LP gravado ao
vivo por Miles Davis em Montreux, em 1994. Sua atividade no
mercado fonográfico totalizou a marca de mais de 48 milhões
de cópias vendidas, gerando 73 Discos de Ouro, 43 Discos de
Platina e 16 Discos Duplos de Platina, além de quatro Discos
de Diamante (
The rhythm of the saints
, de Paul Simon;
Rádio
Pirata ao vivo
, do grupo RPM; o compacto
Não chore mais
, de
Gilberto Gil, e
Vou de táxi
, de Angélica).
Por conta dessa experiência,Mazzola analisa de forma crítica
o momento atual do mercado. Para o produtor, as carreiras estão
cada vez mais efêmeras, pois não são planejadas para durar.
"Você pode notar que muitos artistas aparecem, fazem sucesso
e desaparecem, ou seja, não têm nenhum conteúdo musical que
os ajude a desenvolver uma carreira sólida", percebe.
Fora isso, o profissional sente falta de um ar mais "românti-
co" no mercado. Quando foi produtor de Raul Seixas, Marco
Mazzola também atuava como conselheiro financeiro do can-
tor. Em sua autobiografia, deixa claro que foi ele quem induziu
Raul a aplicar melhor o seu dinheiro. "Já com sucesso, Raul
não tinha sequer comprado um imóvel próprio. Vivia de alu-
guel. Foi então que pedi para o pessoal da gravadora investir o
adiantamento dele na compra de um apartamento, para que
ele tivesse mais segurança. Hoje, não se vê mais isso no nosso
meio. É cada um por si. Com exceção do sertanejo e do pes-
soal do gospel, há muito pouco companheirismo entre profis-
sionais da área", reclama.
Produtores costumam dizer que discos são como filhos. Assim, é quase impossível escolher o preferido. Mas
Mazzola fez um esforço e selecionou os discos mais importantes de sua trajetória como produtor.Confira abaixo:
- Raul Seixas -
Gita
- Elis Regina -
Falso brilhante
- Jorge Ben -
África /Brasil
- Milton Nascimento -
Sentinela
- Zeca Baleiro -
Por onde andará Stephen Fry?
- RPM -
Ao vivo
- Paul Simon -
The rhythm of the saints (com Olodum)
- Ney Matogrosso -
Homem com H
- Adriana Calcanhoto -
Enguiço
- Ivete Sangalo -
Ivete Sangalo
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