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SAMBA
P
OR
G
USTAVO
G
ODINHO
P
éricles é um dos nomes mais importantes do samba atu-
al. Foi um dos responsáveis diretos pela inclusão de ele-
mentos pop no gênero e, junto com o Exaltasamba, con-
seguiu “sobreviver” a diversos modismos e tendências musicais.
Agora em carreira solo, continuará apostando suas chas no
pagode romântico e no partido alto.
Para concretizar essa nova fase, o cantor registrou em áudio
e vídeo duas apresentações no Credicard Hall, em São Paulo.
Em fase de lançamento, CD e DVD reúnem repertório majo-
tariamente composto por Carica e Prateado, do grupo Sensação
– além de outros nomes, como ‹iaguinho e Mário Sergio. “O
Exaltasamba tinha uma levada mais pop, diferente do repertó-
rio que marca minha carreira solo, que tem arranjos mais rebus-
cados e harmonias mais trabalhadas”, detalha Péricles.
O toque arrojado desta gravação cou por conta da partici-
pação de Luan Santana em
Cuidado cupido
. A ideia foi do
empresário de Péricles, Fábio Francisco (Inovashow),
que viu em Luan a personicação exata do protago-
nista da música. “À primeira vista, o duo com Péri-
cles parecia maluquice. Mas, quando mostrei a mú-
sica para o manager do sertanejo, Anderson Ricardo,
ele aceitou na hora. As duas vozes casam direitinho
com a proposta de
Cuidado cupido
”, declara Francisco.
A outra participação foi de Lucas Mourato (lho de
Péricles), na faixa
Olá
.
Fica difícil prestar atenção na carreira
solo de Péricles sem lembrar do Exal-
tasamba. Além dos motivos óbvios,
seu antigo companheiro Pinha in-
tegra sua banda de apoio. “Gosto de
car ao lado de pessoas que me
conhecem e dão opiniões verda-
deiras sobre as músicas. Pinha
já sabe como gosto de tra-
balhar e nossa amizade só
facilitou essa parceria”,
conta Péricles que, junto
com Pinha, canta algu-
mas músicas de sua an-
tiga banda. “Nenhuma
canção do Exalta en-
trou no DVD.Mas nos
shows a gente sempre
toca
Bole-bole
,
Aquela
lua
,
Mata o papai
,
Aceita paixão
e
Cartão
postal
”, explica.
GiGANTe
naárea
APÓSFIMDOEXALTASAMBA,
Péricles
GRAVACDEDVDAPOSTANDOEM
SAMBAROMÂNTICOEPARTIDOALTOPARACONCRETIZARCARREIRASOLO
› HisTÓriADe VeNceDOr
De uma forma geral, o Exaltasamba marcou época entre as ban-
das do gênero. Péricles e seus companheiros conseguiram colo-
car elementos da música pop em sambas de partido alto e isso
atraiu aos seus shows públicos diversicados. “Essa mistura sem-
pre foi uma característica natural no nosso trabalho. Fazíamos
samba de fácil assimilação, para a moçada dançar e pular. Os
shows eram um evento de confraternização”, comenta Péricles.
“Nas apresentações de despedida, fomos bastante ousados ao
incluir um set de batidão. Tenho certeza que essa preocupação
em reunir diversos elementos diferentes em torno do nosso som
ajudou muito a nos manter em evidência durante os 23 anos que
a banda existiu”, analisa. Nesse período, o Exalta conseguiu nú-
meros impressionantes: 15 CDs, 4 DVDs, milhões de discos
vendidos e shows em todos os cantos do país.
É bom deixar claro que, na última fase do grupo,‹iaguinho
era o compositor responsável por captar os "dialetos" e trejeitos
jovens, enquanto Péricles respondia pelos arranjos em partido
alto e melodias românticas. “
Fugidinha
nasceu dessa habilidade
do ‹iaguinho em sacar o que a moçada queria ouvir. Foi um
sucesso que rompeu as barreiras do gênero musical. Fãs de ser-
tanejo frequentavam os nossos shows para ouvir nossa versão da
música”, completa.
Mas se nos shows do Exalta era comum ver a pista "bom-
bando", nas apresentações solo de Péricles a plateia é mais
comedida, formada por pessoas acima de 30 anos. “Queremos
mudar isso. O Péricles já tem uma boa entrada entre os jovens,
por conta da sua história na música. Acredito que a participa-
ção de Luan Santana deverá atrair ainda mais olhares do pú-
blico teen”, comenta o manager Fabio Francisco. “Além de
tocar em feiras agropecuárias e festas populares, acho que será
possível inseri-lo também no mercado de baladas destinadas à
classe A”, completa.
Péricles reúne todos os elementos para sustentar uma longe-
va carreira solo.Experiência, carisma, talento e popularidade são
os diferenciais do sambista, que já enfrentou algumas diculda-
des com o Exaltasamba. Em 1996, quando o pagode estava em
alta e o grupo já fazia relativo sucesso, poucas bandas se asseme-
lhavam ao estilo do Exalta. A EMI, que apostou no trabalho do
grupo na época, teve que fazer um forte trabalho de divulgação.
“Era uma forma nova de tocar samba, com elementos diferen-
tes, como teclados nos arranjos, por exemplo”, relembra. Outro
ponto crítico da carreira da banda foi a troca de Chrigor por
‹iaguinho. “Conseguimos contornar a situação graças à união
da banda e, claro, ao talento do ‹iago. Ele sabe entender a
cultura jovem como ninguém e isso deu um tempero a mais para
o grupo”, relembra o Gigante.