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ROCK
P
OR
H
ELDER
M
ALDONADO
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N
asi diz que acertou ao entrar na música. Ter seguido
uma carreira artística bem-sucedida garantiu a ele vida
nanceiramente confortável, experiências únicas e exa-
geros de todos os tipos.Mas o cantor alega que esse também foi
o pior erro que cometeu. Os anos vividos como estrela do rock'n
roll impediram que ele conhecesse um cotidiano prosaico. E
Nasi sempre sentiu falta disso.Ter passado muitos anos na estra-
da em excursão com o Ira! não permitiu que Marcos Rodolfo
Valadão (seu verdadeiro nome) convivesse com sua mãe durante
a vida adulta e nem mesmo montasse uma família. Disso, ele se
arrepende amargamente. Mas talvez, só disso mesmo. As brigas
com seu irmão e ex-empresário (Airton Jr.) e com os ex-parcei-
ros de banda geralmente são encaradas como fatos que impul-
sionaram seu crescimento pessoal e pro ssional.
Mais controlado (porém ainda ácido como sempre), hoje Nasi
não age de maneira estritamente emocional, como é costume en-
tre os descendentes de italianos. A racionalidade tem vindo à
frente de quase todas as suas ações. Para provar esse novo com-
portamento, o cantor resolveu reunir suas memórias em uma
biogra a. Quem escreveu o livro
A Ira de Nasi
(Editora Belas
Letras) foram os jornalistas Mauro Beting e Alexandre Petillo.
Mas as declarações coléricas e apaixonadas saíram todas da boca
de Nasi. O cantor não teme a repercussão que o livro poderá ter.
Assim como a biogra a de Lobão, a de Nasi promete ser "nada
chapa branca e sem papas na língua".
O livro sairá paralelamente ao lançamento do primeiro disco
de estúdio do cantor desde
Onde os anjos não ousam pisar
, de 2006.
Batizado de
Perigoso
, o CD tem cinco composições autorais e
cinco regravações. Nasi promete que esse CD será um banho de
água fria no "mar de poodles que se transformou o pop nacional".
A seguir, ele destila sua ironia e sagacidade sobre vários temas.
» SUCESSO! - Haverá grandes revelações em sua biogra a?
Para o grande público, sim. Todos conhecerão melhor os detalhes e
motivos que culminaram no desgaste e m da banda, em 2007. Só
posso adiantar uma coisa: esse fato está muito longe, longe mesmo de
ter ocorrido apenas por causa da briga entre irmãos.
» Com esse livro, você não teme entrar em litígio novamente
com o seu irmão e os ex-integrantes de banda?
Não. Não existe nada tecnicamente difamatório contra ningúem. Os
fatos que exponho estão embasados em documentos, cartas, e-mails e
testemunhos de várias pessoas. Se alguém quiser se arriscar em uma
nova aventura jurídica, só vai dar mais Ibope para o meu livro. E
os advogados, que receberão mais honorários, agradecem. É bom lem-
brar que todos os processos por danos morais que enfrentei, eu venci.
» Em paralelo ao lançamento do livro, você esta prestes a lan-
çar um novo disco de inéditas. Como será esse trabalho?
BEMMENOS
IRADO
NASI
LANÇABIOGRAFIAQUERESGATAPASSAGENSMARCANTESDE
SUA TRAJETÓRIAEANUNCIAOLANÇAMENTODEUMCDDE INÉDITAS
MAURICIOANTONIO
O CD se chamará
Perigoso
. Terá dez faixas, sendo cinco composições
autorais e cinco versões para músicas do Taiguara, Garotas Suecas,
Raul Seixas, Paulo Cesar Barros e Paulo Sergio. Sairá primeiro para
download como álbum virtual (pela Trama) e depois de forma física.
» É complicado viver de rock no Brasil atualmente?
Antigamente era ruim. Agora piorou (risos). Quando comecei no rock,
não havia perspectiva nenhuma para se dar bem. Mas consegui me
consolidar. Assim, mesmo o rock não estando em evidência, consigo ter
a mesma agenda de shows e remuneração que tinha em bons momen-
tos da minha carreira frente ao Ira!. Mesmo porque, cada vez mais, os
roqueiros de verdade, como Marcelo Nova, Lobão e eu vão estar mais
valorizados nesse "mar de poodles" que é a música pop brasileira atual.
» Você sempre apoiou muito o rap. Como enxerga o bommo-
mento do gênero, com Emicida e Criolo estourados?
Acho sensacional. São caras de um talento enorme, verdadeiro. Bom
que aconteceu em um momento no qual o rap brasileiro parecia estar
fadado ao limbo. Tudo o que estava sendo feito na década passada no
estilo contava com uma mesmice no discurso e no som. Resumindo:
sinto orgulho de ter participado do início de um movimento que hoje
está impregnado no DNA do rock e da música popular brasileira.
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NASI E, ACIMA, A
CAPADESUABIOGRAFIA
'NADACHAPABRANCAE
SEMPAPASNALÍNGUA"