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á muito se sabe que Ivan Lins é um dos compositores
brasileiros mais gravados no mundo – “perdendo” tal-
vez só para seu mestre Tom Jobim.Desde os anos 1980
ele dá atenção ao exterior, mas só recentemente vem se sentindo,
de fato, um artista internacional. E 2012 está melhor que a en-
comenda nessa direção, com nada menos que três discos na Eu-
ropa e Japão. Em maio, foi lançado na Espanha, o álbum
Inti-
mate
, que saíra em 2010 em vários países, inclusive no Brasil
(com o título
Íntimo
). Recheado de astros como Alejandro Sanz,
Jorge Drexler, Jane Monheit, o grupo norte-americano Take 6 e
a holandesa Laura Fygi, tem ainda as assinaturas do holandês
Ruud Jacobs e do alemão Rob vanWeelde, renomados produto-
res de jazz e world music. Ivan canta em espanhol, claro.
Simultaneamente, as lojas de discos da Itália receberam
Inven-
taRio incontra Ivan Lins
, lançado pela Blue Note de lá, com as
participações de Chico Buarque, Vanessa da Mata, Maria Gadú
e Vinicius Cantuária – todos cantando em italiano.O InventaRio
é um grupo dedicado à música brasileira, que gravou canções de
Ivan no primeiro disco, de 2010, e neste segundo resolveu mistu-
rá-las com músicas italianas, obtendo elogios da imprensa como
“um dos mais felizes casamentos entre as tradições musicais dos
dois países”. E no Japão saiu
Believe what I say – e music of Ivan
Lins
, produzido por Osny Melo, brasileiro radicado em Tóquio.
É uma seleção de sucessos feita para as pistas, com ritmos brasi-
leiros ¦ltrados por techno e dance, cantados, entre outros, por
Ivan, Simoninha, Luciana Mello e a japonesa Charito.
"TRABALHOCOMODOIDO"
COMPRESTÍGIO INTERNACIONALELANÇANDOPROJETOSNAEUROPAE JAPÃO,
IVANLINS
DIZQUEPRECISA TRABALHARMUITOPARAMANTEROPADRÃODE VIDA
LEOAVERSA
O Japão já não tem mistérios, pois lá está um de seus maiores
públicos no exterior, alimentado por turnês quase anuais. Ele
espera que o mesmo ocorra na Alemanha, onde se encontra em
fase de ¦nalização um álbum com a SWR Big Band, de Sttut-
gart, que sempre inclui autores brasileiros em seu repertório ja-
zzístico. “Gostei muito de ouvir minha música com som de big
band. Canto três letras, em algumas faço vocalise, e Paula Mo-
relenbaum tem participação especial”, conta. Ainda sem título,
esse álbum chega às lojas alemãs no ¦nal de 2012.Enquanto isso,
o compositor trabalha na pré-produção do show de lançamento
de
Amoragio
, o novo disco brasileiro (Som Livre), primeiro de
inéditas em cinco anos – na verdade, algumas são regravações de
músicas que ¦caram “perdidas” em álbuns dos anos 80.
SHOWS ANIMADOS
A estréia da turnê nacional de lançamento do CD ainda não tem
data. “Quero fazer um show com o som o mais próximo possível
do disco, e hoje em dia está difícil conseguir patrocinador para o
meu tipo de música, ainda mais com uma proposta que implica
em banda completa, grande produção”. Ele argumenta que tem
percorrido o Brasil tocando com pequenos formatos (duo ou trio),
com cachês acessíveis, a preços populares e com repertório conhe-
cido, para levar sua música ao maior número de pessoas. “São
shows muito animados, a platéia canta todas as músicas, saio sa-
tisfeito; mas sinto necessidade de levar para essas pessoas também
o novo trabalho, e da forma ideal, completa.Daí, preciso de patro-
cínio.”Não deixa de ser estranho que um
artista de prestígio internacional sinta tal
tipo de restrição no próprio país.
Mesmo com mais de duas mil grava-
ções de suas músicas por outros intérpre-
tes (no exterior,de Ella Fitzgerald a Diana
Krall), três GRAMMY Latinos na estan-
te e 42 anos de carreira, ele diz que precisa
“trabalhar como doido”, fazendo shows,
para manter o padrão de vida, pois as rá-
dios tocam pouco suas músicas e os direi-
tos autorais no Brasil caíram muito, en-
quanto os internacionais são espalhados e
demorados. Com relação ao mercado da
música pela internet, Ivan é da opinião de
que as compras de faixas deveriam passar
pelos provedores de internet, controlados
por uma agência ¦scalizadora. Os down-
loads seriam pagos no ¦m do mês, como
se paga o telefone. Em 2011, entrou no
Facebook,mas ainda não se sente à vonta-
de na rede. “Sou da antiga, meu negócio é
sentar no piano e compor”, ¦naliza.
IVANLINS
ENQUANTOBUSCAPATROCÍNIO
PARASEUNOVOSHOW
NACIONAL, ELEEXCURSIONA
COMPEQUENOSFORMATOS
DUOOUTRIO , CANTANDO
SEUSMAIORESSUCESSOS