SUCESSO#172

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» Gêneros como pop, MPB e rock quase se tornaram nicho no Brasil, diante do crescimento
do sertanejo e da fusão dele com gêneros regionais (arrocha, forró etc.), o que faz com que
seus representantes dominem as paradas de norte a sul. Como reverter esse quadro, para
que o bolo possa ser melhor dividido?
Há muito a ser melhorado na indústria da música brasileira, mas esse é um papo pra muitas pá-
ginas da revista (risos). Entretanto, eu acho que o que acontece no Brasil, com esse estouro do
sertanejo, é normal e vem sendo muito bem administrado pelo segmento. Todos sabemos que o
mercado popular é uma roda gigante e que isso não é novo. Eu era pequena quando Daniela
Mercury elevou o status do axé e me fez sonhar com os palcos. Logo depois "estourou um cano"
(risos) de sertanejos maravilhosos e lá estava eu apaixonada por Zezé, Chitãozinho e Leo-
nardo. O Aloisio Legey criou um show especial, chamado Amigos, lembra? Aí vieram meus
14 anos, e eu vi Ivete arrasar! Então, o samba e o pagode dominaram as paradas. Eu assi-
nei com Cal Adan (importante empresário da axé music na época), que queria lançar a
primeira cantora de pagode do Brasil. Eu tinha 19 anos e queria cantar axé. Lembro
claramente de ouvi-lo dizer: "o axé morreu!" Até que o Babado Novo lhe rendeu milhões!
(gargalhadas) É tudo relativo ao momento.
» Nos últimos anos, você destacou-se por ficar entre os famosos que mais
estrelam campanhas publicitárias por aqui. Como está no momento sua re-
lação com este mercado – e, mais, com o mercado de licenciamento?
Eu amo fazer publicidade. Gosto de gravar comerciais, de conhecer os produtos, gosto
de participar do processo de produção e das campanhas, quando possível.Trabalho com
marcas nas quais acredito. Atualmente estou representando Gillette Vênus, Eudora e
Jequiti. E tenho alguns produtos licenciados a caminho, dentre eles, eu ajudei a criar
um batom lindíssimo, com a Eudora.
» Como é administrar a própria carreira, o próprio escritório artístico? Você par-
ticipa das decisões administrativas ou restringe-se ao chamado "A&R", deixan-
do o resto por conta do Márcio Pedreira?
Não é nada fácil administrar a própria carreira.Precisei perceber que não podia ficar
apenas na posição de artista, bem como não poderia assumir o lugar deMárcio ou de quem
quer seja no escritório. Mas sou eu a dona do meu negócio, então, tive que me adaptar.
» Como anda sua carreira no exterior?Odisco pelaRocNation sairá em2017?
O que acontece nos EUA anda em paralelo ao que acontece aqui. Não é fácil dar
conta de tudo. Mas eu sou uma cantora realizada. Este é um trunfo gigante. Estou
me adaptando, transformando muitas opiniões e esse amadurecimento tem me feito
feliz e consciente como nunca. O disco só vai sair quando todo o time tiver certeza
(com relação ao projeto). Há uma estratégia sim, mas eu acredito que o tempo de
Deus tem de prevalecer. Meus anseios e meu lado artístico gritam o tempo inteiro,
mas a minha razão tem sido surpreendentemente uma aliada.
» Como pretende conciliar as agendas de show e de divulgação nos mer-
cados interno e externo? Pretende fazer mini-tours internacionais,
mantendo sua base no Brasil ou pensa em se fixar uma parte do ano nos
Estados Unidos?
Eu tenho dois filhos. Eles são minha prioridade. Meu empresário, Jay Brown
(sócio de Jay Z), sabe disso. Assinamos contrato no ano passado e foi pensando
neles que eu e meu marido decidimos viver fora. Eu, Marcio e Jay levamos
horas a fio conversando sobre todas as maneiras de adequarmos minha situ-
ação ao mercado. Criamos um modelo de trabalho que não é de todo confor-
tável para mim, mas o é para minha família. Eu sou raçuda e amo traba-
lhar, mas não vivo sem minha família. Aliás, se não houver amor, o
resto não vem. Essa é a premissa do sucesso e a RocNation sabe disso.
Vou trabalhar os dois mercados, mas neste momento o foco principal
são os shows e lançamentos musicais dentro do Brasil.
divulGaÇÃo
COMODE
COSTUME, ARTISTA
TERÁAGENDA
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ESPECIALMENTE
NOCARNAVAL