SUCESSO#161 - page 18-19

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romântico
tado quando José Augusto iniciou sua carreira. Por cerca de
doze anos, suas músicas não fizeram parte do repertório das
FMs brasileiras. Ao mesmo tempo, ele vendia centenas de mi-
lhares de discos pelas Américas e Europa. “Esse lance sempre
me incomodou muito, pois não havia critério para a escolha dos
artistas. Alguns entravam na programação das rádios e outros
do mesmo estilo não entravam. Era uma bobagem essa classifi-
cação, dava impressão que eles escolhiam por sorteio”.
A situação começou a mudar para José Augusto em 1985,
com o lançamento da música
Fantasias
. “Nessa época, tudo
coincidiu. Os programas de televisão ficaram mais populares e
as FMs começaram a dar mais espaço a artistas que até então só
tocavam na AM”. A partir de então, ele se tornou figurinha
carimbada nos principais programas de auditório e em trilhas
de novela. Quem viveu a época, com certeza se lembrará do
estrondoso sucesso
Aguenta coração
, que fez parte da trilha da
novela
Barriga de aluguel
, ou
De igual para igual
, de
Bebê a bordo
,
ambas da Globo.“Com certeza, foi o período em que tive maior
exposição na mídia. Como dizia um amigo, eu aparecia mais do
que reclame de Coca-Cola”, diverte-se.
Desde essa época até os dias atuais, a música de José Augus-
to tomou conta das rádios e das emissoras de TV não apenas
na sua voz. Ele é o autor de hits de outros artistas, como
Evi-
dências
(Chitãozinho & Xororó),
Separação
(Simone e, alguns
anos depois, Exaltasamba),
Sozinha
(Fafá de Belém),
O que eu
faço amanhã
(Alcione) e
Choro
(Leonardo). Porém, lamenta o
fato de os veículos de comunicação citarem pouco esse seu lado.
“Para ser sincero, acho que Tom Jobim foi o último grande
compositor a ser lembrado. Hoje em dia, você não sabe mais
quem fez determinada música, talvez por um pouco de relaxa-
mento das rádios em relação a isso. Mas o compositor sempre
merece ser lembrado”.
› NAMEDIDA CERTA
José Augusto vem fazendo cerca de 80 shows por ano. Com uma
equipe de 25 profissionais e estrutura respeitável, ele prefere re-
duzir a quantidade de apresentações a ter que proporcionar um
espetáculo de menor qualidade. “A agenda leva em consideração
os locais onde os shows acontecerão e as distâncias entre eles.
Levamos uma grande estrutura, uma grande equipe e, por isso,
tudo tem que ser bem analisado. Essa coisa de fazer 25 shows por
mês já passou. Não tenho mais 20 anos de idade”.
O cantor conta que, apesar de manter a mesma essência, sua
turnê vem sendo construída a cada apresentação,com a inclusão de
novas músicas e alterações no cenário.“Essa tour surgiu na estrada
e vem se moldando desde então. Quando lancei o novo CD, por
exemplo, comecei a tocar algumas inéditas e, aos poucos, passei a
inserir novas músicas. Porém o show é mais focado nos 40 anos de
minha carreira, por isso toco os sucessos que marcaramminha his-
tória”,conta.Marcaram a história de José Augusto e de muita gen-
te, como algumas passagens demonstram.“Na plateia, eu costumo
ver muitas pessoas que não viveram a época e são levadas pelos pais.
Tirei até uma foto outro dia, na qual uma mulher apareceu no ca-
marim com sua mãe, vó e bisavó. A música tem esse poder de
atravessar gerações”. A ideia do cantor é continuar na estrada até
2016, quando transformará a turnê em um DVD.
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