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SOULMAN
P
OR
H
ELDER
M
ALDONADO
www.portalsucesso.com.br
H
á quase 15 anos,TimMaia saía de cena da
maneira mais triste possível. Após sofrer
indisposição durante a gravação de um
espetáculo para a TV no Teatro Municipal de Nite-
rói, no dia 8 de março de 1998, o cantor foi interna-
do e veio a falecer cinco dias depois. O aconteci-
mento pegou todos de surpresa. Apesar de obeso e
com problemas de saúde decorrentes do abuso de
drogas e álcool durante toda a vida, Tim era relati-
vamente jovem – contava com apenas 55 anos.
Como todo ídolo que morre inesperadamente, o
mito em volta da figura de TimMaia só aumentou
após a tragédia. Nos últimos anos, artistas redesco-
briram a rica e extensa obra do cantor e fizeram
diversas homenagens. A mais recente é de Edi
Rock, integrante dos Racionais MCs, que sam-
pleou o refrão da música
Bom senso
(do "síndico")
na faixa
Estrela de Davi
, de seu disco solo. As in-
dústrias fonográfica e editorial também aproveita-
ram a crescente popularização de Tim para relan-
çar discos clássicos do cantor, biografias e outros
produtos relacionados à obra do artista.
Em 2010, saiu a caixa Tim Universal Maia, com
oito discos e um DVD. Em 2011, foi a vez da co-
leção
TimMaia
ser lançada pela editora Abril, com
16 volumes no formato CD-livreto (com textos e
fotos), mais o inédito álbum
Racional Vol. 3
como
brinde. As caixas da Universal Music e da Abril
Coleções têm apenas três discos em comum, os
lançados por Tim em 1970, 1971 e 1973 — juntas,
as duas somam quase toda a discografia do cantor.
Em 2012, quando o cantor completaria sete dé-
cadas de vida, outros projetos relacionados a ele
ganharam destaque. O principal é o musical baseado na biogra-
fia
Vale Tudo - O som e a fúria de Tim Maia
, de Nelson Motta,
lançado em 2007. Na verdade, o espetáculo estreou no final de
2011. Com produção simples, quase experimental, foi assistido
por mais de 300 mil pessoas em todo o país, graças à história
bem amarrada pelo diretor João Fonseca e ao cast afiadíssimo,
protagonizado por Thiago Abravanel.
Neto de Silvio Santos, o ator, além de
parecido com o "síndico", humanizou
o personagem.
Mas não é só no Brasil que Tim foi
lembrado. No exterior, a gravadora
Luaka Bop, fundada por David Byrne,
líder do Talking Heads, criou a coletâ-
nea
Nobody can live forever:The existen-
tial soul of Tim Maia
, disponível em
COMEMORAÇÃO
PESADA
SE VIVO,
tIMMAIA
COMPLETARIA 70 ANOSEM2012; VÁRIOSPROJETOSMUSICAIS
ELANÇAMENTOSEMCOMEMORAÇÃOÀDATAESTÃOCHEGANDOAOMERCADO
FOTOS: DIVULGAÇÃO
vinil duplo e MP3, pelo iTunes. Trata-se de uma coletânea com
foco nos primeiros anos da obra do artista brasileiro. Entre os
destaques estão faixas de
Racional
volumes 1 e 2, e outros mo-
mentos da discografia de Tim nos anos 70. A fase romântica, da
década de 80, foi deixada de fora. "Escolhemos as canções que
na primeira audição causariam mais impacto no público ameri-
cano", diz Yale Evelev, chefe da gravadora, que trabalhou duran-
te anos para conseguir viabilizar o projeto.
A ideia surgiu de Paul Heck, curador do projeto Red Hot +
Rio, que promove duetos entre artistas brasileiros e internacio-
nais. Ele, Yale e Greg Kaz – residente de festas no Brooklyn e
Manhattan e disseminador da música brasileira no under-
ground nova-iorquino –, foram os responsáveis por selecionar o
repertório. O fato do disco ter saído pela Luaka Bop também
tem importância: a gravadora foi a responsável por popularizar
no exterior ícones como Caetano, Gilberto Gil, Chico Buarque,
tIMMAIA
atÉnoeXterioreleFoi homenageado, comdisco (caPa, abaiXo) Pelo
seloluaKaboP, dedaVidbYrne, lanÇadocomFestasemVáriascidades