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pulares da Ucrânia, Polônia e outros países da
região,
Ai se eu te pego
toca de hora em hora.
Parabéns pra ele e parabéns pra internet!
» É fato que você se tornou uma personali-
dade da mídia. Quais os pontos positivos e
negativos de se trabalhar em uma emissora
aberta como a Record?
O ponto negativo é, sem dúvida, a encheção de
saco que algumas pessoas promovem ao me cha-
mar de traidor do movimento punk. Eu tenho
dois filhos para criar e tenho que trabalhar. O
Ratos de Porão não é meu ganha pão, é apenas
uma diversão. Na Rede Record, tenho uma fun-
ção profissional, como qualquer outra. Estou lá,
como poderia ter continuado na MTV ou então
ter me tornado chapeiro do McDonald’s (risos).
É da emissora que sai o sustento da minha famí-
lia. E esse, de fato, é o principal ponto positivo.
Eu estou na TV aguentando artista chato porque gosto da geladeira
cheia, de disco novo na vitrola e de boneco caro na estante.
» Você faz parte do
Ídolos Kids
. Realmente acredita que este
formato de programa descobre grandes talentos, sejam in-
fantis ou adultos?
Sim. É um formato que faz bastante sucesso nos Estados Unidos. No
Brasil, apesar dos vencedores não terem a atenção merecida, conse-
guem divulgar seu trabalho relativamente bem na fase pós-progra-
ma. Um dado curioso é que o
Ídolos Kids
está fazendo mais sucesso
que a versão adulta. Isso acontece porque os espectadores acham bo-
nitinho ver uma criança cantar de forma desafinada. Quando um
marmanjo canta mal, os telespectadores acabam trocando de canal
– ou se escondendo debaixo do sofá.
»Houve algum tipo de restrição da direção da Record para
que você participasse do
Ídolos Kids
?
Nenhuma. Achei legal o convite, afinal, estava me sentindo avulso
na emissora. Faço meus quadros no
Legendários
, mas é somente isso.
Eu me dou muito bem com a molecada. Sou pai e sei bem como falar
um não para uma criança. É claro que se eu estivesse no
Ídolos
,
junto com o Supla, esculhambaria geral – afinal, me considero o rei
do escracho (risos). Na versão
Kids
, eu faço minha análise sobre o
participante sem avacalhar. Quando não aprovo um candidato, dou
um conselho construtivo e os pequenos entendem numa boa.
» Aliás, como explicar a grande empatia que você tem com o
público infantil?
Sinto que as crianças gostam de mim. Quando não gostam, é porque
os pais delas não aprovam a minha figura. E aí, você faz um raio X
desses pais e vê que os caras têm culpa no cartório. São moralistas,
infiéis, corruptos e outras coisas do tipo. Gente preconceituosa, nor-
malmente, tem história podre na ficha da vida.
» Cite alguns discos de música nacional que são marcantes
para você e comente a respeito.
É bem difícil. Em primeiro lugar, o da Patife Band, formada por
Paulo Barnabé, irmão do Arrigo. Essa banda conseguiu misturar
música erudita com pós-punk. Lembro também do primeiro disco do
Secos e Molhados, de 1974. Aquela capa, junto com o instrumental
rock and roll das faixas, marcaram minha vida. Tem também o
Schizophrenia
, do Sepultura, lançado em 1987; o
Sobrevivendo
no inferno
, de 1997, do Racionais MC's e, claro, o
Crucificados
pelo sistema
, de 1984, do Ratos de Porão.
"A música pop está um lixo. Os ar-
tistas atuais não têm mais tesão em
compor uma canção nova. As me-
lodias e arranjos estão todos 'enla-
tados' e parecidos uns com os ou-
tros. O pessoal aderiu totalmente
ao estilo politicamente correto e
isso, acredito, causará um efeito
às avessas na próxima geração, que
não saberá mais distinguir o que
é bom do que é ruim em termos
de música. Sou camarada de gran-
de parte dos artistas da atual músi-
ca popular e os caras são gente
fina, mas o som de alguns deles
é f... de aguentar (risos)."
apresentaçãodoratosdeporão
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