Página 13 - SUCESSO#148

Versão HTML básica

13
www.portalsucesso.com.br
vembro, terei a presença de representantes da igreja de Roma e,
muito possivelmente, ganharei um novo título da Igreja.
»
Ágape
será lançado em outros países?
Temos um planejamento de traduzir esse livro para outros idiomas.
Já foi lançado na Espanha e a ideia é colocá-lo no mercado editorial
de nações com grande número de católicos, como Polônia, Ucrânia,
Itália, Coreia do Sul, Portugal e Estados Unidos. Meu objetivo é
evangelizar. E com esse projeto, conseguirei fazer carreira no exterior
pela primeira vez na vida.
» Depois de todo esse sucesso editorial, como foi voltar a gra-
var um disco?
Quando a Sony me chamou para conversar, deixei bem claro que esse
teria que ser um projeto especial. Antes de mais nada, abri mão da
inauguração do templo no início de 2012 simplesmente para gravar
o projeto lá. Isso porque, depois de aberto, o santuário não poderá
mais servir como espaço para celebração de shows. Então, eles propu-
seram que gravássemos no dia do meu aniversário, 20 de maio. Para
essa festa, selecionei convidados que são, antes de mais nada, meus
amigos: Belo, Xuxa, Alexandre Pires, Maestro João Carlos Martins
e Padre Fábio de Melo. Também gostaria de ter chamado o Daniel,
mas por uma questão de produção, não seria possível contar commais
um convidado.
»O senhor agora se diz amigo do Padre Fábio de Melo. Mas,
até algum tempo atrás, vocês estavam brigados, não?
Vou esclarecer essa história. Eu fui o responsável por lançar o Padre
Fábio de Melo como cantor, com a música
Filho do céu
. Mas fiquei
chateado quando ele resolveu investir na carreira artística sem usar a
roupa clerical. No início, fui contra isso. Depois percebi que essa era
uma orientação da igreja dele e que não
tinha nada demais. Afinal, não é a rou-
pa que faz o padre. Me desculpei e rea-
tamos. Convidá-lo para o DVD foi um
modo de calar a boca de várias pessoas
que achavam que estávamos em guerra.
»Eo senhor é a favor do surgimen-
to de novos padres cantores?
Sim. Não vejo problemas nisso. Hoje é
até mais fácil seguir carreira como padre
cantor, porque as pessoas estão acostu-
madas com esse tipo de abordagem ar-
tístico-religiosa. Mas quando surgi, fui
muito criticado. Quando somos "ban-
deirantes", tudo é mais difícil mesmo.
»Além dessa desavença, o senhor
também teve outros problemas
com a Igreja Católica?
Quando o Papa Bento XVI veio para
o Brasil, em 2007, fui boicotado por
parte da Igreja. Eles fizeram de tudo
para que eu não me encontrasse com
Ratzinger. No evento em homenagem
ao Papa, agendaram minha apresentação para às cinco da manhã.
Quando subi ao palco montado na praça Campo de Bagatelle (zona
norte de São Paulo), não tinha quase ninguém na plateia. Fora que
a temperatura estava baixíssima. Mesmo assim me apresentei, só
para cumprir o protocolo.
» É verdade que a Igreja Católica Carismática, da qual o se-
nhor faz parte, é criticada por ter música e dança e ser muito
semelhante à protestante?
Por algumas partes mais ortodoxas da Igreja Católica, sim. Afinal,
eu sempre gravei músicas católicas e evangélicas em meus discos.
Nunca me importei com isso. Tudo é cristianismo e eu não faço dis-
tinção na hora de escolher o repertório. Fora que algumas pessoas não
enxergam com bons olhos a parte das danças e músicas. Mas para
atrair novos membros para a igreja é preciso inovar e se adequar à
nossa geração. Senão, a religião católica pode se extinguir.
» E essa abordagem tem ajudado de alguma forma?
Acredito que sim. Quando comecei a atuar como padre, 83% das
pessoas do país eram católicas. Hoje, são 67%. O número de católicos
diminuiu, mas a quantidade de pessoas que frequentam a igreja su-
biu de 4% para 32%. Isso, obviamente, é devido a essa inovação na
linguagem e abordagem.
»O senhor mesmo já foi menos ligado à igreja, não?
Na infância e adolescência, não era muito ligado. Quando o Papa
João Paulo II veio ao Brasil pela primeira vez, meus pais foram à
missa que ele celebrou e eu nem me interessei. Fiquei em casa. Só dei
uma olhada pela TV. Só fui me interessar e me aprofundar mais na
vida adulta. Antes, namorei, me formei em Educação Física. Enfim,
não vivi como celibatário minha vida inteira.
PadreMarcelo,nagravação, coMFábiodeMelo
"Convidá-lofoi ummododeCalaraboCadevárias
pessoasqueaChavamqueestávamosemguerra"
PedroCarrilho