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CoNTeMPoRÂNeo
P
ara coroar os 15 anos de carreira, o maranhense Zeca
Baleiro lança
O disco do ano,
com gravações inéditas, em
que abusa de experimentalismos. Ele chamou 15 pro-
dutores diferentes para trabalhar nas faixas. Como forma de
divulgação, Zeca deu start na nova turnê,
Calma coração
, que
passará pelas principais cidades brasileiras, e gravou um vide-
oclipe dirigido por Fred Ouro Preto.
O artista fala sobre o título do álbum: "é uma alusão irônica à
obsessão dos formadores de opinião em criar eleições dos me-
lhores lançamentos do ano. Não vejo justiça nisso, todo esse
Megalomania
organizada
ZecaBaleiro
LaNçaNoVodISCo, FeIToPoR15PRodUToReS, aBUSade
MISCeLÂNeaSMUSICaISeaPoSTaeMCLIPeCoMoMeIodedIVULGação
conceito é muito efêmero. Acho que os formadores de opinião
deveriam abrir a cabeça do público para novas experiências e
novos modos de produção”, explica. Lançado pela Som Livre, o
novo trabalho de Zeca Baleiro quase não chegou a sair no for-
mato tradicional de mídia física. A gravadora propôs para o mú-
sico o lançamento das canções em um pen-drive. Porém, na
última hora, Zeca declinou da ideia. “Realmente foi uma boa
proposta, mas optei em lançar pelo formato tradicional", diz ele,
afirmando que provavelmente colocará em prática a sugestão do
pen-drive num próximo trabalho.
Pode até soar como megalomania, mas Zeca Baleiro escalou
15 produtores para trabalhar nas 12 faixas inéditas deste novo
álbum (exceto a regravação de
Nada além
, presente no último
disco de Frejat,
Intimidade entre estranhos
). “Eu realmente queria
provocar um tipo de caos em
O disco do ano
. Causar diferenças
sonoras e ideias divergentes.Mas, em meio a tudo isso, vejo uma
harmonia singular, porque todas as composições são minhas e a
mixagem foi feita por apenas um profissional, o engenheiro de
som Gustavo Lenza”, detalha Zeca, responsável pela coordena-
ção de toda essa turma. “Fui uma espécie de gerente de produção
do projeto. Administrei o trabalho alheio, prazos e, às vezes, até
sugeri outros instrumentos e formatos de edições”, explica.
É claro que essas 12 faixas vêm no melhor estilo Zeca Ba-
leiro – mesclando diversos gêneros e culturas, com arranjos que
vão de baladas românticas ao rap paulistano. E isso agrega va-
lor à obra do artista. “Em trabalhos passados, essa falta de sin-
gularidade atrapalhou minha carreira. Mas, agora que sou co-
nhecido, esse caráter se tornou um grande trunfo. Quem
consome minha música espera ouvir essa saladas de ritmos e
gêneros”, acredita ele. Como não poderia deixar de ser, o disco
traz algumas participações especiais. Chorão dá o ar da graça
na canção
O Desejo
; Margareth Menezes, em
Último post
e An-
dreia Dias, em
Meu amigo Enock
.
› conTroladorreQuisiTado
Em 15 anos de carreira, Zeca Baleiro já fez parte do cast de
várias gravadoras, e agora, na Som Livre, parece realmente ter
encontrado o seu lugar. “Mantenho total controle do que acon-
tece em minha carreira. Sou centralizador e gosto de participar
de todas as etapas do disco.
Desde a capa até os formatos de
divulgação. Classifico essa mi-
nha atitude como uma forma de
ser independente,mesmo estan-
do em uma grande discográfica”,
justifica. É importante frisar que
dessa vez não foi Zeca Baleiro
quem escolheu a capa de seu disco.
“Ela foi eleita por uma votação dos
ZecaBaleiro(eacapadocd)
"QuemconsomeminhamÚsica, espera
ouviressasaladaderiTmosegêneros"
GaLoPPIdo