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tradicionais propa-
gandas em abadás e
trios, até as mais pecu-
liares. “As empresas
têm visto o carnaval
baiano como uma
oportunidade de criar
grandes cases de ma-
rketing de relaciona-
mento, levando seus
principais
clientes
para conhecer a festa e
consequentemente
patrocinando um ca-
marote”, explica.
É claro que essa fes-
ta,que já foi considera-
da pelo Guinnes Book
como a maior do mun-
do, não aconteceria se
não fossem os patroci-
nadores. “Em termos
de verbas públicas, te-
mos a informação de
que as cervejarias, em-
presas de telefonia,
instituições financei-
ras, fabricantes de ele-
trônicos e cosméticos
estarão presentes no
patrocínio de blocos,
camarotes, trios independentes, etc”, detalha Clínio. Já o incenti-
vo governamental, vindo do estado e prefeitura, fica por conta da
infraestrutura, principalmente na áreas de segurança e limpeza.
“Trata-se de uma irretocável gestão de eventos que serve de
exemplo para qualquer lugar do mundo”.
E esse modelo já está sendo exportado para outros
continentes. “Vários artistas baianos já se apresenta-
ram em trios na Europa e nos EUA. O formato elé-
trico é seguramente uma das maiores contribuições
para o show business.Trata-se de um palco que anda,
mudando o público a cada metro, ao contrário de uma
apresentação tradicional”, detalha.
› a pOLÊMICa DO abaDÁ
Os altos preços dos abadás se tornaram um assunto po-
lêmico das festas de Salvador. Entre os mais procurados
e obviamente mais caros, estão os blocos Camaleão (ven-
dido por aproximadamente R$1.900) e o Nana Banana
(na faixa de R$1.400). Sobre as cifras, Clínio relata que
o valor cobrado é relativo e justo, afinal a compra do
colete para presenciar os shows não é obrigatória. “Há
208 blocos distribuídos entre três circuitos e isso ofere-
ce produtos de todos os preços. Os valores mais altos são
normais se comparados à uma economia de procura e oferta.
Mas vale destacar que o carnaval de Salvador é a única festa no
mundo onde alguns poucos privilegiados pagam para ver seu
artista preferido em um espaço reservado. Porém, o público em
geral também pode assistir um pouco mais de longe, sem pagar
nada, e sem certos privilégios”, explica.
› DIVeRsIDaDe MUsICaL
De uns tempos pra cá, ficou notório que outros gêneros musicais
se aproximaram da festa. No carnaval de Salvador, o sertanejo
universitário ganhou espaço graças ao seu flerte com o axé –
ocorrido principalmente no ano de 2010, com as duplas Jorge &
Mateus e João Neto & Frederico (responsáveis por criar o for-
mato elétrico do gênero).
Foi em 2011 que a união dos dois estilos foi selada oficialmen-
te, graças à criação do Bloco Sertanejo, que passou pelo circuito
Dodô trazendo atrações como Michel Teló, Fernando & Soroca-
ba, João Bosco & Vinícius e Guilherme & Santiago. O Bloco
Pirraça, produto da Axé Mix, também debutou na festa do ano
passado, comandado por Jorge & Mateus e se tornou mais uma
forma de show dos sertanejos, empresariados pela Audio Mix.
Para 2012, o Pirraça já foi confirmado e trará novamente Jorge &
Mateus se apresentando no domingo de carnaval e o cantor Gust-
tavo Lima, que cantará na terça.
Mas a invasão de outros gêneros na terra do axé não é exclu-
sividade dos sertanejos. Quem também colocará o bloco na rua
são os pagodeiros do Exaltasamba. O bloco Exaltamaníacos
2012 também passará pelo circuito Dodô e promete ser a atração
da festa, já que é o último ano do grupo. Eles prometem tocar
sucessos de todas as fases, além de fazer versões de outros grupos
de pagodes. É claro que os hits
Fugidinha
e
Tá vendo aquela lua
não ficarão de fora. (P
or
G
ustavo
G
odinho
)
GUsttaVOLIMa
cantorseapresentaránoblocopirraça,
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