Página 12 - SUCESSO #143

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SABATINA
nha carreira musical – serve para mostrar que estou na ativa e com
uma banda excelente.Mas não estou ali pra vender o meu peixe – meu
negócio é fazer uma trilha coerente com o programa.
» Muitos artistas que fizeram sucesso na década de 80 estão
fazendo shows na linha "revival". Você continua a fazer este
tipo de evento?
Quando quis fazer um revival, lancei o show
Geração 80,
que virou
DVD pela grife Multishow e vendeu bastante. Era uma reunião de
vários amigos da geração tocando com a minha banda. Foi muito
bom reunir todo o pessoal mas era muito difícil de organizar, pois
cada empresário de cada artista queria fazer o seu
Geração 80
par-
ticular.Mesmo assim rodamos o Brasil fazendo apresentações do meu
show que reúne os clássicos da minha carreira. Tenho tocado em vá-
rios lugares, como casas de shows e espaços para eventos corporativos.
Estou rodando bem, embora a agenda da televisão não me deixe com
muitas datas disponíveis. Além disso, faço shows em lugares peque-
nos, com dois violões e sopros. É intimista e acústico. Não é uma
apresentação dançante, é para um público que está sentado pertinho
e a fim de ouvir canções.
» Fale um pouco sobre sua atuação no mercado de eventos
fechados, como festas para empresas.
Eu tenho muito prazer em fazer festas de empresa e até casamentos.
Procuro criar alguma coisa específica para a festa, customizar o show
de alguma forma, mesmo que seja só nas brincadeiras que costumo
fazer com o público. Isso faz com que os eventos sempre tenham um
caráter especial. Eu sei que o público não está lá para ver um show,
mas que este pode ser o momento de descontração e que eu posso passar
a sensação de que estou ali para fazer parte da festa, estar dentro dela,
e não como uma atração à parte.
» Quais os planos para este ano?
Eu planejo gravar um DVD, mas pelo jeito vou fazer algo inde-
pendente e negociar o lançamento depois. Não sou muito interessado
em ser dono de selo, essas coisas. Nem tenho tempo. Mas acho que este
é o único jeito de lançar algo novo nos dias de hoje. Pra mim, é
claro! Sei que sou um dos artistas da música brasileira mais fre-
quentes na televisão, mas isto não facilita em nada minha vida na
indústria discográfica.
» Aliás, qual a importância de um agente na carreira de um
cantor independente?
Pode ser alguém que só atenda às demandas e coordene os eventos
contratados ou pode ser alguém que pense, que monte estratégias,
que ponha dinheiro e trabalhe em produtos novos – um parceiro de
negócios de verdade. Hoje eu acho que todo mundo neste business
precisa se reinventar, encontrar um novo modo de agir. Acho muito
cômodo o agente cobrar como se fosse empresário quando ele só ven-
de datas e não produz nada. Neste aspecto o teatro está anos luz à
frente do mercado musical. O pessoal da área teatral consegue fazer
mais coisas com menos e quando lança uma peça nova ela não vem
com um repertório de sucessos, como um show. Mas são poucos os
shows bem produzidos e que fazem carreira longa. Acho que deve-
mos voltar a fazer temporada em teatros e em casas menores de
shows.
(P
or
G
ustavo
G
odinho
)