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REGIONAL
P
OR
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ELDER
M
ALDONADO
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REI
do
BAIÃO
edo
BRASIL
CENTENÁRIODE
GONZAGÃO
RENDEHOMENAGENS, EXPOSIÇÕES, SHOWS
ESPECIAISELANÇAMENTODE TRIBUTOSEDADISCOGRAFIADOARTISTA
N
a história da música mundial, poucos artistas são consi-
derados seminais para a evolução cultural de um país.
No Brasil, os principais pilares que sustentam e in uen-
ciam a música pop atual surgiram quase todos entre as décadas
de 30 e 70 do século passado. Noel Rosa, Tom Jobim, Cartola,
João Gilberto, Caetano Veloso, Tim Maia e Roberto Carlos in-
tegram essa equipe privilegiada pelo talento.Tão ou mais impor-
tante que eles, talvez só Luiz Gonzaga, o eterno Gonzagão.
O sanfoneiro, nascido em 13 de dezembro de 1912 na cidade
pernambucana de Exu, é uma das mais importantes e criativas
guras da música popular brasileira. Foi através dele que o Brasil
conheceu ritmos como forró pé-de-serra, xote, xaxado e, óbvio,
baião, estilo do qual Gonzagão é considerado rei e maior repre-
sentante. 2012 é um ano especial para a história desse gênio da
música, pois marca o centenário de seu nascimento.
Tal data não poderia passar em branco. Para comemorá-la,
foram criados diversos projetos em homenagem ao músico. Ex-
posições, lançamentos de CDs e DVDs e até coleção de moda
inspirada na estética dos trajes do sanfoneiro foram organizadas
ao longo do ano. Uma das iniciativas mais importantes para
celebrar o centenário, contudo, é o relançamento da obra com-
pleta do artista. A reedição inclui a reposição em catálogo de 43
álbuns do "mestre" — sendo 15 até então inéditos em CD — e
o lançamento de 15 coletâneas com as gravações feitas por
Gonzaga em discos de 78 rotações, entre 1941 e 1960. O pro-
jeto está saindo pela Sony Music.
A Universal também está prestando justa homenagem ao ar-
tista, com o CD duplo-coletânea
Luiz Gonzaga - Olha pro céu.
Caetano Veloso, Maria Bethânia, Dominguinhos, Elba Rama-
lho e Alceu Valença, entre outros ícones da MPB, aparecem
interpretando faixas como
Asa branca
,
Cintura na
,
Juazeiro
,
Vem morena
,
Assum preto
e
Xote das meninas
.
Por sua vez, a Lua Music organizou um projeto ambicioso.
Convidou 50 artistas de gêneros variados para gravar versões de
clássicos de Luiz Gonzaga. A proposta dá sequência à série que
celebrou também os 100 anos de Ataulfo Alves, Adoniran Bar-
bosa e Nelson Cavaquinho. Cada disco traz um bloco temático,
dividindo as 50 músicas entre
Sertão
(disco 1),
Xamego
(disco 2)
e
Baião
(disco 3). O primeiro da série tem pegada mais afeita à
obra de Gonzagão. Participam Geraldo Azevedo, Chico César,
Oswaldinho do Acordeon e Zé Ramalho.
Releituras mais experimentais, com arranjos arrojados, estão
estampadas no segundo disco,
Xamego
. Nele, estão reunidos ar-
tistas oriundos da nova cena musical brasileira, como Karina
Buhr,«aís Gulin, Forró In«e Dark e Gaby Amarantos. Uma
mescla do que se vê nos dois primeiros discos, está no terceiro,
Baião
. Nele, o ritmo é reinventado em 17 propostas que reúnem
releituras que vão do rock ao eletrônico. Zeca Baleiro, China e
Sílvia Machete ajudam a desconstruir o gênero.
FALAMANSA E GIL
Artistas e bandas também criaram projetos especiais apenas
para homenagear o mestre. O Falamansa lançou o disco
As san-
fonas do rei
. No repertório estão músicas como
O fole roncou
,
Erva rasteira
,
Amei à toa
,
Qui nem jiló
,
Nem se despediu de mim
,
Alegria pé de serra
e
Bom pra uns
.
Gilberto Gil canta Luiz Gonzaga
(Warner) é a homenagem que o tropicalista resolveu fazer ao
sanfoneiro. A compilação reúne versões gravadas pelo baiano
durante sua longeva carreira. EMarina Elali, neta do compositor
Zédantas - importante parceiro musical de Luiz Gonzaga - não
poderia deixar passar essa data em branco. A potiguar gravou um
DVD que resgata 13 faixas dessa parceria prolíca.
Mas as homenagens não se restringiram aos discos. Quase
toda capital brasileira ganhou alguma exposição itinerante com
fotos, objetos, acessórios e vídeos que resgatam a obra do cantor.
Já na área de shows, Gonzagão foi homenageado até mesmo no
exterior. O festival Midsummer Night Swing prestou tributo a
Luiz Gonzaga, no Lincoln Center, em Nova York (EUA). Biliu
de Campina, Maciel Melo, Walmir Silva e o Quarteto Olinda
relembraram seus clássicos. O sucesso do evento foi tão grande
que rendeu destaque no jornal «e New York Times.
E a história do Rei do baião logo poderá ser conferida nas te-
lonas.Breno Silveira,diretor de
Dois lhos de Francisco
, é o respon-
sável pelo lme
Gonzaga - de pai pra lho
, que chega aos cinemas
em novembro e retrata a relação entre Gonzagão (1912-1989) e
seu lho, o cantor e compositor Gonzaguinha (1945-1991).
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