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SUCESSO
P
OR
G
USTAVO
G
ODINHO
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H
á aproximadamente três anos, os gaúchos do Tchê
Garotos trocaram as bombachas por calças jeans e co-
meçaram a acrescentar pitadas sertanejas à vanera (ou
vanerão) – estilo que consolidou a banda. A desconstrução do
regionalismo impregnado na carreira do grupo causou polêmi-
ca em sua terra natal, Porto Alegre, mas o Tchê conseguiu dar
a volta por cima e hoje é uma das bandas mais tocadas no Bra-
sil, graças ao sucesso da canção
Cachorro perigoso
.
Tema do personagem Darkson (interpretado por José Lore-
to), a música é um dos pontos altos da novela
Avenida Brasil
(Globo). O que pouca gente sabe é que
Cachorro perigoso
não é
uma composição recente. Ela foi escrita para entrar na trilha de
Fina Estampa
– que foi ao ar entre agosto de 2011 e abril deste
ano – mas, por decisão da Globo, Žcou de fora. “O diretor mu-
sical da emissora, Mariozinho Rocha, viu futuro em
Cachorro
perigoso
e, na ocasião, me pediu para não divulgar a música.
Disse que tentaria incluí-la numa próxima novela. Decidimos
apostar e felizmente ela entrou na novela seguinte”, relembra o
manager do Tchê, Paulo Bernardino.
No início desse ano, Bernardino recebeu a ligação de Rocha
– que trazia boas notícias. “Pedi para o nosso vocalista e compo-
sitor, Sandro Coelho, preparar a música e a
enviamos
para o departamento artístico da Globo”,
de t a l ha
Bernardino. Na época, o Tchê Garotos
e s t a v a
prestes a prensar o novo CD,
Do j e i t o
que o povo gosta
. “O tema de
Darkson não estava no set
list. Retardamos o lança-
mento do trabalho apos-
tando que a música faria
sucesso”, conta ele, que
mais uma vez se deu bem
com sua estratégia.
Cachorro perigoso
se tor-
nou uma das faixas mais
tocadas de
Avenida Brasil
e
Bernardino teve que contar
com a despesa extra de fazer
uma nova prensagem de
Do
jeito que o povo gosta
. “Con-
versei com a Som Livre,
que liberou a canção para
entrar como bonus-track
no nosso disco. Porém, tive
que esperar a trilha sonora
da novela chegar às lojas.
Destruímos o lote inicial
de CDs sem
Cachorro pe-
rigoso
e reŽzemos toda a
Vanera
POPULAR
brasileira
COMHIT EMNOVELADAGLOBO,
TCHÊGAROTOS
SELIVRADORÓTULODEBANDA
REGIONALEAPOSTANAMISTURADEGÊNEROSPARACONQUISTAROBRASIL
GUSTAVOGODINHO
DIVULGAÇÃO
TCHÊGAROTOS EOMANAGER
PAULOBERNARDINO
GRUPOAMPLIOUMERCADO
SOBRETUDOPORCAUSADA
MÚSICA
CACHORROPERIGOSO
EHOJEVENDE40%DESUAS
DATASFORADAREGIÃOSUL
prensagem. Valeu a pena, em se tratando do custo-benefício.
Fechamos a distribuição com a Radar Records, que, nos últi-
mos quatro meses, colocou mais de dez mil cópias em todas as
regiões do Brasil”, comemora.
VITRINE VALIOSA
O vocalista Sandro Coelho e o sanfoneiro Markynhos Uliam são
os principais compositores da banda. Na época em que o Tchê
Garotos fez parte do cast da Som Livre (entre 2007 e 2010),
Bernardino registrou todas as canções do grupo na editora das
Organizações Globo. “Além de ser um escritório competente, o
núcleo que escolhe as músicas para as novelas sempre dá uma
garimpada nas composições registradas na Som Livre Edições
Musicais. Acredito que esse fato também contribuiu no processo
de escolha da música para
Avenida Brasil
”, analisa o manager. O
disco
Do Jeito que o povo gosta
conta com 16 faixas. Duas delas,
Teste de delidade
e
Meu jeito safado
, seguem a mesma linha de
Cachorro perigoso
. “O produto é muito comercial, tem canções
grudentas, de abrangência nacional. Consolida nossa carreira e
nos livra do rótulo de banda regional”, comemora Bernardino.
O Tchê Garotos existe desde 1996 e, em meados de 2008,
iniciou uma mudança de estilo. Seus integrantes trocaram as
bombachas e lenços por calças jeans, camisetas e tênis. “Quería-
mos romper as fronteiras do sul. Ao abolirmos as
roupas típicas, Žcamos proibi-
dos de tocar nos Centros de
Tradições Gaúchas. Mas,
em compensação, consegui-
mos conquistar as regi-
ões sudeste e centro-
-oeste, que hoje
compram 40%
de nossas da-
tas”, analisa.