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DESTAQUE
P
OR
G
USTAVO
G
ODINHO
www.portalsucesso.com.br
C
ezar & Paulinho há tempos
fazem parte da memória afe-
tiva dos brasileiros. Com hits
engraçados, como
Pé de bode
,
Compa-
nheiro é companheiro
e
Chuta pro gor de
bico
, eles estão na estrada desde 1974
e já presenciaram várias mudanças no
mercado musical – entre elas, o pró-
prio estilo sertanejo e toda a rede de
serviços que envolve os shows. Em
turnê para divulgar o mais recente
projeto,
Alma sertaneja
, a dupla conta
a
SUCESSO!
“causos” marcantes de
sua trajetória e relembra passagens
curiosas da carreira.
O DVD
Alma sertaneja
é o 27° da
trajetória dos irmãos e o projeto reúne
músicas e parceiros que Œzeram parte
da história da dupla, casos de Chitão-
zinho &Xororó, Inezita Barroso, Sér-
gio Reis e Craveiro e Cravinho, entre
outros. “Esse trabalho consolida a
nova fase da dupla. Os arranjos estão
modernizados. Conseguimos captar
um pouco da essência da turma uni-
versitária, sem esquecer as nossas raízes”, explica Cezar. “O
DVD coroa nossa fase atual. Depois de tanto tempo na ativa,
enŒm começamos a ganhar dinheiro”, brinca Paulinho.
A aŒrmação bem humorada de Paulinho é verídica. Entre os
diversos “causos” que fazem parte da história da dupla, eles re-
lembram que receberam o primeiro cachê propriamente dito só
no Œnal dos anos 1980. Antes disso, os sertanejos se apresenta-
vam em circos e Œcavam com parte do valor arrecadado nas
bilheterias. “Algumas vezes rodávamos centenas de quilômetros
para fazer nosso show e dava pra contar nos dedos a quantidade
de pessoas na plateia. O que a gente ganhava não pagava nem a
gasolina. Foram tempos duros, mas que renderam boas histó-
rias”, comenta Cezar.
A estrutura também era precária. Os artistas que se apresen-
tavam em picadeiros não tinham regalias. Itens básicos como
banheiro no camarim era considerado um luxo. “Certa vez fui
ao banheiro e escorreguei para dentro da fossa. Tive que me
apresentar com as canelas todas sujas”, diverte-se Paulinho.
Apesar de não terem pretensão de escrever um livro de memó-
rias, uma história acaba dando gancho para outra. Entre piadas e
recordações, Cezar comenta que naquela época os circos estavam
entre os poucos espaços onde o artista podia mostrar sua música.
Hoje, infelizmente, os circos no Brasil estão cada vez mais escas-
sos e os que ainda funcionamnão apostam em shows como forma
HISTÓRIAS
sertanejas
BONSDEPAPO,
CEZAR&PAULINHO
ANALISAMA IMPORTÂNCIADOSCIRCOSNA
MÚSICASERTANEJAERELEMBRAMCASOSENGRAÇADOSQUE VIVENCIARAM
DIVULGAÇÃO
de atrair público. “O circo não acompanhou a evolução das coisas,
seja em estrutura seja em termos artísticos. As casas de shows se
modernizaram, os managers passaram a investir no visual das
apresentações – e os circos foram Œcando pra trás. Infelizmente
não comportam mais shows, nem de duplas iniciantes”, analisa
Cezar. “A gente só conseguiu ganhar dinheiro depois que o mer-
cado sertanejo se proŒssionalizou. Hoje, também podemos tirar
onda com o Camaro amarelo”, brinca Paulinho.
CARRO VELHO, HISTÓRIABOA
Certa ocasião, no período pós-circos, Cezar & Paulinho foram
contratados para uma apresentação no interior do Paraná, junta-
mente com as duplas Milionário & José Rico, Tião Carreiro &
Pardinho e Gino &Geno. “Chegamos em cima da hora, quando
todos já estavam no camarim. Por distração, acabamos estacio-
nando o carro em local proibido. O segurança indicou a área
reservada aos artistas, mas quando tentamos dar a partida nova-
mente, o carro enguiçou”, recorda Paulinho. “Pedimos para o
segurança chamar nossos amigos para nos ajudar a resolver o
problema. Resultado: eu, Paulinho, Tião Carreiro, Milionário e
José Rico subimos direto pro palco e só depois percebemos que
estávamos com as mãos cheias de graxa e as calças com marcas
de ferrugem”, completa Cezar.
Mais da dupla: www.portalsucesso.com.br/tv-sucesso
OSBRINCALHÕESCEZAR&PAULINHO
"FASEDEPENÚRIADAÉPOCADOSCIRCOS JÁPASSOU; HOJE,
TAMBÉMPODEMOSTIRARONDACOMOCAMAROAMARELO"