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MISTURA
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ELDER
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ALDONADO
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P
edro Luis é o típico artista inquieto.Desde que iniciou sua
carreira, esteve envolvido em diversos projetos simultane-
amente.E fazer cada uma dessas propostas atingir o suces-
so não é algo simples. Pedro Luis jamais escolheu enveredar por
segmentos de fácil assimilação por parte do público e da mídia.
Sua primeira incursão na música foi como instrumentista da ban-
da Paris 400 no espetáculo
A Farra da terra
, da companhia teatral
Asdrúbal Trouxe o Trombone, no início da década de 80.
Em 1996, ao lado dos músicos Celso Alvim, C.A. Ferrari, Si-
don Silva (percussão) e Mario Moura (baixo), Pedro Luís criou a
banda Pedro Luís e a Parede. O conjunto, que funde de maneira
nada comum MPB, rock, funk, samba e rap, logo caiu nas graças
da crítica e dos gringos. Nos primeiros anos, excursionou pela
Europa e Japão, tocando nos principais festivais de jazz. Por aqui,
ganhou admiradores do porte de Ney Matogrosso, que chegou a
gravar com a banda o CD
Vagabundo
(em 2004).
Quatro anos antes, porém, Pedro Luís criou o embrião de um
projeto que superou sua banda de origem. Montado em 2000
com os mesmos integrantes da Parede, o Monobloco surgiu
como um hobby. A ideia era realizar shows esporádicos e revi-
talizar o segmento de blocos carnavalescos no Rio. Mas a pro-
posta ganhou proporções tão grandiosas que se tornou a banda
principal de Pedro Luis, seus colegas de A Parede e de outros
instrumentistas. "Não imaginávamos que a iniciativa fosse al-
cançar tamanha dimensão", conta Pedro Luis.
Além de se transformar no projeto mais importante da agenda
dos músicos, o Monobloco ajudou a revitalizar o carnaval de rua
a partir dos anos 2000. Desde então, outros blocos surgiram,
criando um circuito de shows voltado para esse segmento.Não só
isso. Micaretas, festas universitárias, eventos agropecuários e ou-
tros espaços de shows passaram a contratar o Monobloco. "Nos-
sa principal virtude foi construir uma ožcina musical de muita
qualidade. Deu tão certo, que serviu de inspiração para o surgi-
mento de inúmeros outros projetos parecidos. O carnaval brasi-
leiro só tem a agradecer esse movimento", reconhece Pedro Luís.
PROJETOS
Apesar de tocar, simultaneamente, o Monobloco e os shows com
a Parede, Pedro Luís ainda encontra tempo para realizar traba-
lhos solo. Recentemente, foi escalado por Daniel Filho, por indi-
cação de Olivia Byington, para responder pela trilha e direção
musical do seriado
As cariocas
(Globo). A parceria deu tão certo
que se repetiu na ampliação desse projeto televisivo, batizado de
As brasileiras
.Como escritor,Pedro Luís lançou seu primeiro livro
em 2009.
Logo parecia que assim sempre fora
tem texto em prosa
livremente inspirado no disco
Olho de peixe
, de Lenine e Marcos
Suzano, e foi escrito por encomenda para a coleção Língua Can-
tada, da editora Língua Geral. No teatro, assinou a direção musi-
cal de
Deus é química
, de Fernanda Torres, com direção de Ha-
BATUCADA
inquieta
CANTOR
PEDROLUÍS
LANÇAPROJETOSOLOERESSALTAA IMPORTÂNCIADO
MONOBLOCOPARAORESGATEDOSEGMENTODEBLOCOSCARNAVALESCOS
milton Vaz Pereira. E no cinema, dirigiu as trilhas dos longas
O
diabo a quatro
, de Alice de Andrade, e
Praça Saens Pena
, de Vini-
cius Reis – e dos curtas
Atrocidades maravilhosas
, de Renato Mar-
tins, Pedro Peregrino e Lula Carvalho;
Alô Tocaio
, de Renato
Martins e Lula Carvalho;
Faixa de areia
, de Daniela Kalmann e
Flávia Lins, e
Minha rainha
, de Cecília Amado.
Recentemente,o cantor ainda encontrou tempo para lançar seu
primeiro disco solo,
Tempo de menino
. Gravado e masterizado no
Abbey Road (Londres), o trabalho demorou 15 meses para ser
concluído.O primeiro single,
Menina do salão de beleza
, entrou na
trilha da novela
Avenida Brasil
. Para um projeto sem maiores
pretensões, o resultado foi uma grata surpresa. "A televisão tem
poder reverberador. Ter entrado na novela foi um feito maravi-
lhoso. Além desta, minha música
A Bela e a fera
embalou a aber-
tura de
As brasileiras
. Dessa forma, meu trabalho ganhou muito
em popularidade nos últimos meses", comemora.
Para divulgar esse CD, Pedro Luis realizará uma turnê na
companhia de Marcelo Vig (bateria), Guila (baixo) e Leo Saad
(guitarrra e teclado). Mas engana-se quem pensa que o músico
abandonou de vez os trabalhos com a Parede. Essa incursão solo
é apenas um parênteses nas atividades da banda.
JORGEBISPO
PEDROLUIS, TEMPORARIAMENTESOLO
TRABALHOSEPOPULARIZOUGRAÇASA
MÚSICASEMTRILHASDAREDEGLOBO