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sABATiNA
E
rasmo Carlos acaba de lançar o CD e DVD
50 anos de
estrada
, trabalho que consolida sua carreira como um
grande mito do rock and roll nacional. Com participa-
ções especiais de Marisa Monte e de seu amigo de fé (e irmão
camarada) Roberto Carlos, o show foi captado pelo Canal Bra-
sil, em julho do ano passado, no Theatro Municipal do Rio de
Janeiro. Essa parceria entre o artista e a emissora rendeu a exi-
bição na íntegra da apresentação.
Entre um cigarro e outro, o Tremendão foi sabatinado pela
SUCESSO!
, respondendo todas as perguntas de forma clara,
sem fazer mea culpa – afinal, ele continua mantendo sua fama
de mau. Erasmo segue sua agenda de shows, cujo repertório pro-
move seu último trabalho de estúdio,
Sexo
(2011). Ele realiza
cerca de oito apresentações mensais e, em maio último, se apre-
sentou no Rock in Rio Lisboa, em Portugal. “Na realidade, o
show do disco
Sexo
é praticamente igual ao que foi captado em
50 anos de estrada
. Só modificamos uma ou duas músicas. Este
show ainda será trabalhado por um bom tempo”, explica Eras-
mo, que fala sobre esse e outros assuntos na entrevista a seguir.
» SUCESSO! – Foi complicado fechar um repertório que re-
sumisse seus 50 anos de carreira?
Erasmo Carlos –
Na verdade, a coisa toda aconteceu por acaso. Eu
iria gravar um DVD como forma de finalizar a turnê que estava
fazendo com o disco
Rock'n'Roll
, que foi de 2009 a 2011. E aconte-
ceu de a gravação ser noTheatro Municipal do Rio. Só depois, com as
imagens já captadas, me dei conta de que estava completando 50 anos
de carreira. Como o DVD estava bonito, resolvi lançá-lo para come-
morar essa marca.
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» Como foi realizar a gravação de um DVD para uma plateia
repleta de famosos?Não deu vontade de puxar aWanderlea ou
a Zélia Duncan para cantar junto?
Claro que deu (risos). Estavam presentes também Nelsinho Motta
e Lulu Santos. Além disso, fiquei fascinado em poder gravar no
Theatro Municipal. Desde que eu era um menino pobre da periferia
carioca, olhava para aquele local e achava mágica a aura que ele
emitia, justamente por ser um templo da música erudita. Pisar lá
para fazer um show de rock and roll foi maravilhoso. Foi a conso-
lidação do meu trabalho.
» Como você conseguiu sobreviver à grande reviravolta do
mercado musical, quando os fãs quase não compram mais
CDs e tudo é feito de forma virtual, inclusive a comercializa-
ção das músicas?
Eu sobrevivi porque tive que aceitar essas mudanças. No começo,
tive um pouco de dificuldade em entrar no mundo virtual, mas per-
cebi que precisava aprender, senão estaria fora do mercado. A mú-
sica virtual é o presente e será o futuro dos artistas que não pagam
para tocar em rádio. Achei o maior barato esse lance de troca de e-
-mails na hora de compor em parceria. Grande parte do meu último
disco de estúdio,
Sexo
, foi feito desse modo. Eu mandava uma me-
lodia de violão para compositores, juntamente com uma letra can-
tada em “Erasmês Embromation” e o cara, depois de uns dias, res-
pondia com a letra maravilhosamente encaixada na métrica da
música. Um grande exemplo desse formato de trabalho foi
Kama-
sutra
, que fiz com Arnaldo Antunes.
» Em 50 anos de carreira, qual foi a fase que você mais gostou