Entrevistas

Emerson Pinheiro retoma a carreira de cantor

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Seis anos se passaram desde que Emerson Pinheiro lançou o álbum Adorarei, gravado na Igreja Batista Central, no Rio. Desde então, o artista – que também é um requisitado produtor no segmento gospel – tem dedicado muito tempo a essa função, realizando trabalhos de nomes como Jairo Bonfim, Bruna Karla, Eyshila, Damares e Fernanda Brum, sua esposa. Um desses trabalhos, Da Eternidade, lançado por Fernanda em 2015, levou o Latin GRAMMY de Melhor Álbum de Música Cristã em Língua Portuguesa.

Nos últimos anos, Emerson Pinheiro também dedicou muito de seu tempo ao trabalho pastoral. “Como eu comecei a dirigir uma igreja, a função de cantor ficou um pouco de lado. Porque uma coisa é você trabalhar produzindo música em estúdio; outra coisa é sair para a estrada”, explica o profissional que, ao lado da esposa, abriu uma Igreja própria. “Isso muda muito a rotina, pois você precisa dar uma freada na carreira artística para se dedicar mais à comunidade local”, diz.

Com a situação mais estruturada na nova Igreja, Emerson Pinheiro sentiu que é o momento de retomar o ofício de cantor. A novidade fica por conta do lançamento do CD Carpinteiro (MK Music). Com dez canções, o álbum é dividido entre inéditas e regravações de algumas de suas composições que ficaram conhecidas nas vozes de outros artistas. “Decidi fazer uma releitura, na verdade gravá-las como foram compostas. Elas ficaram um pouco mais pop, sem perder a essência”. Entre essas músicas, estão Eu vou passar pela cruz, gravada por PG, e Deixa a lágrima rolar, registrada por Bruna Karla. É na releitura dessa música que aparece a única participação do disco, de Fernanda Brum. O cantor explica que todas as regravações foram escolhidas por conta das histórias marcantes que envolvem sua composição.

PRIMEIRO SINGLE

A faixa escolhida como primeiro single de Carpinteiro não é de autoria de Emerson. Seu templo sou eu foi escrita pelo jovem Yago Vidal. “Ele fez essa música, me mandou e logo de cara eu gostei. Então, mostrei o CD para algumas pessoas dentro da própria MK, na rádio que pertence ao grupo (93FM), para alguns amigos e todos sugeriram que eu começasse a promoção por ela”. Com arranjo delicado, baseado em piano e cordas, a música foi a primeira do novo disco a chegar aos serviços de streaming e a tocar nas rádios.

Apesar de tratar-se de uma coleção de canções sem um tema central, Carpinteiro traz em seu título a essência proposta por Emerson Pinheiro. “O título remete à simplicidade do Evangelho e à utilidade da nossa vida em prol dos outros. Porque Jesus trabalhava com carpintaria, consertando e construindo coisas. Ele andava no meio do povo. Então, acho que esse lado do Evangelho precisa ser resgatado, porque muitas pessoas desejam o trono, mas abandonaram a carpintaria”. De certa forma, essa simplicidade aparece no modo como o disco foi gravado. Emerson conta que não houve uma pré-produção. “Juntei a banda no estúdio onde tinha um piano de cauda – porque eu queria gravar com o instrumento. Os arranjos nasceram na hora e a gente foi gravando. Em apenas dois dias, gravamos todas as bases”, relembra.

Até por se tratar de um segmento no qual a venda de produtos físicos ainda é muito forte, a MK não aderiu completamente ao streaming logo que o formato começou a despontar. Já fazia, pelo menos, um ano que o Spotify estava no Brasil quando a gravadora começou a colocar a maior parte de seus trabalhos no serviço. Emerson confirma que o público de música gospel ainda é grande consumidor de álbuns físicos, mas acredita que o segmento vai acompanhar os demais nessa migração de formato. “Não apenas pela questão da pirataria, porque, realmente, isso é muito menor no nosso meio. O fator principal é o acesso cada vez maior do público à tecnologia. Por conta disso, acho que o CD não acabará, mas o volume diminuirá bastante”, analisa.

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